Título: Indicadores econômicos criam clima de confiança
Autor: Dimalice Nunes
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/09/2004, Indústria & Serviços, p. A-10

O reaquecimento da economia, com melhora nas expectativas em relação ao desemprego e aos índices de inflação nos próximos seis meses, influenciou positivamente o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), que registrou crescimento no terceiro trimestre deste ano, após dois trimestres de variação negativa. De acordo com dados divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Inec cresceu cinco pontos percentuais neste trimestre, chegando a 103,03 pontos, ante 98,08 pontos registrados no período abril a junho de 2004.

A CNI destacou que esse resultado é o melhor para terceiros trimestres desde o início da série, em outubro de 1997. "Esse aumento indica que os consumidores finalmente estão sentindo os efeitos do reaquecimento da economia. A apreensão sobre a evolução do emprego e a trrajetória da inflação, principais responsáveis pelo recuo do índice na pesquisa anterior, apresentaram forte melhora. No entanto, a inflação é ainda motivo de preocupação entre os consumidores", salienta a CNI.

O Inec resulta da média ponderada de inúmeras perguntas feitas pelo Ibope sobre diferentes itens, como inflação, emprego, intenção de compras e satisfação com a vida. Trata-se de pesquisa trimestral, que ouviu mais de 2 mil pessoas em 140 municípios de todas as regiões brasileiras.

Para o último trimestre do ano, a CNI aguarda mais uma melhora nas expectativas dos consumidores, um fenômeno sazonal. "Esse aumento poderá ser mais intenso com a continuidade do reaquecimento da economia e a percepção de seus efeitos pelos consumidores", diz a entidade.

Apesar da melhora na expectativa em relação ao emprego e os índices que medem a evolução dos preços, o risco de aumento da taxa de inflação ainda preocupa os consumidores. A pesquisa da CNI revela que 50% dos entrevistados acham que a inflação vai aumentar nos próximos seis meses, 33% acreditam que a taxa vai ficar nos níveis atuais e apenas 17% julgam que o índice vai diminuir.

Segundo a CNI, o principal destaque foi a evolução positiva dos indicadores sobre emprego, que crescem há cinco trimestres. O indicador que mede a segurança no emprego foi o maior para o trimestre desde 1998 e o que mede a expectativa em relação ao aumento do desemprego também cresceu (11,9%) sobre o segundo trimestre do ano, atingindo o maior resultado para terceiros trimestres.

Outro dado relevante: a participação de entrevistados que acreditam na queda do desemprego nos próximos seis meses chegou a 32%, a maior registrada desde junho de 2003. No trimestre anterior, esse percentual era de 23%. Mas 46% continuam achando que o desemprego vai crescer nos próximos meses, o que representa um recuo em comparação aos 57% da pesquisa anterior.