Título: Agricultura e Itamaraty juntos para derrubar veto
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/09/2004, Agribusiness, p. B-12

A Rússia manteve a proibição para a compra de carnes de frango, de suíno e bovina do Brasil depois que foi descoberto um foco de febre aftosa no Amazonas.

Os técnicos brasileiros do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que estiveram em Moscou não conseguiram convencer as autoridades da Rússia de que a região é considerada de alto risco e está muito distante das regiões produtoras com foco para o mercado externo.

Segundo fontes do governo, tanto o ministério quanto o Itamaraty estão agindo em conjunto para tentar derrubar o veto dos russos.

Outra notícia que movimentou o mercado brasileiro - e desmentida pouco depois - foi de que a Bolívia teria fechado a fronteira com o Brasil para evitar a entrada de bovinos e derivados.

Fazendas interditadas

Ontem, o serviço de defesa animal do Amazonas interditou 11 propriedades do município de Careiro da Várzea, onde foi detectado o foco de febre aftosa. Essas fazendas vão ficar com os animais confinados até que seja concluído o trabalho de erradicação da doença, segundo informou o secretário de Produção Agropecuária, Pesca e Desenvolvimento Rural Integrado do Amazonas, Luiz Carlos Castro de Andrade Neto.

De acordo com informações do Ministério da Agricultura, o transporte de animais, produtos e subprodutos de Careiro da Várzea e dos municípios vizinhos para outros estados também está proibido. A Secretaria de Produção Agropecuária montou seis barreiras fluviais e uma terrestre, localizada na BR-319, para fiscalizar o trânsito de animais na região.

O governo estadual também está recadastrando o rebanho bovino de 40 mil cabeças do município.

As estimativas são de que a erradicação da febre aftosa em Careiro da Várzea e o recadastramento do rebanho bovino da região vão custar mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos. O governo do Amazonas já gastou R$ 350 mil nas ações de controle da doença. A maior parte dos R$ 800 mil obtidos do Ministério também deve ser aplicada no combate da aftosa.