Título: Skaf e Vaz pregam a conciliação na gestão da Fiesp e do Ciesp
Autor: Otto Filgueiras
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/09/2004, Nacional, p. A-5

Os industriais Paulo Skaf e Claudio Vaz tomaram posse ontem, respectivamente, nas presidências da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo com discursos de conciliação e deixaram claro que vão trabalhar para unificar a representação da indústria paulista e a defesa de seus interesses. Tanto Skaf quanto Vaz compareceram à posse do outro, reconhecendo assim o resultados das eleições do Ciesp e da Fiesp, que ainda estavam sendo questionados. Ambos se candidataram aos dois cargos, como era tradição nas duas entidades, mas desta vez, pela primeira vez na história, cada candidato saiu vencedor em uma delas.

A solenidade de posse foi presidida por Horacio Lafer Piva, que acumulava as presidências das duas entidades, Ele também fez discurso pela unidade. Disse que estava entregando "as entidades organizadas, com sustentação financeira e técnica". Após a solenidade de posse de Skaf, Piva, que havia apoiado Vaz, disse que, como empresário, será "base de sustentação da nova gestão da entidade". Segurou a mão do seu sucessor e afirmou que, a partir daquele momento, "Paulo Skaf é o meu presidente".

No seu discurso, Skaf disse que "não há mais divisões, não existem mais lados, o que é normal numa campanha, estamos todos juntos agora, unidos para lutar pela indústria paulista e pelo nosso país, e vamos respeitar o que foi feito nesta casa". No final, Paulo Skaf cumprimentou "os companheiros que estão tomando posse no Ciesp, sob a presidência de Claudio Vaz".

Antes de tomar posse no Ciesp, Vaz convidou o novo presidente da Fiesp para compor a mesa e Paulo Skaf aceitou. O novo presidente do Ciesp disse "que o maior desafio das entidades é superar com harmonia os futuros desafios", ressaltando que "ter presidentes distintos na duas entidades é um fato inédito, uma situação nova e traz riscos, mas os riscos podem ser transformados em oportunidades", afirmou.

Claudio Vaz disse que a presidência única das entidades funcionava como um "condão de harmonia e isso era bom, mas tirava um pouco de força de cada uma delas, pois a disponibilidade de um só presidente era pouca e os desafios cada vez maiores". Agora, disse Vaz, "precisamos começar com soluções de compromissos para andar junto, sabendo que isso vai ser difícil, mas os bons princípios que prevalecem na duas entidades podem transformar os desafios em realidade positiva".

Em entrevista coletiva, os novos presidente da Fiesp e do Ciesp reafirmaram o discurso de unidade. Paulo Skaf disse que sua relação com "Claudio Vaz é boa e agora vamos sentar para conversar e se existirem pontos incomuns, trabalharemos para encontrar os caminhos".

O novo presidente da Fiesp afirmou que ele e Claudio Vaz vão conversar para tratar também dos pontos coincidentes das duas entidades e disse "que tudo vai ocorrer através de uma relação amigável e de forma transparente, visando sempre os interesses das indústrias e do País". E afirmou que deseja "sucesso ao Claudio Vaz na gestão do Ciesp.

Por sua vez, Claudio Vaz também manteve um discurso de conciliação e disse que o Ciesp e a Fiesp vão "seguir caminhos de independência, mas também de colaboração e a única coisa que está definida é que iremos conversar". Para isso, Claudio Vaz informou que hoje haverá um encontro entre ele Paulo Skaf, quando vão nomear "comitês de transição", que serão responsáveis para avaliar e chegar num denominador comum sobre como pode ser a coordenação das gestões da Fiesp e do Ciesp daqui para frente".

Vaz disse que as decisões do comitê serão anunciadas num prazo de duas a três semanas e disse que "devemos ter a conclusão de se é possível e sobre como poderemos coordenar as atividades das duas entidades". Ele afirmou que a Fiesp e o Ciesp "têm autonomia e o que se discute agora é o grau de coordenação entre elas". Ele reconheceu que há "um momento de tensão", mas disse que "a transparência da transição ajudará a dissipá-lo".

kicker: Os dois novos presidentes vão se encontrar hoje para definir os "comitês de transição"