Título: Cotações atingem recorde e encostam nos US$ 50
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Fonte: Gazeta Mercantil, 28/09/2004, Energia, p. A-7
As cotações de petróleo atingiram ontem novo recorde histórico e encostaram nos US$ 50 o barril em Nova York. O WTI fechou em US$ 49,64 em Nova York e o tipo Brent foi cotado a US$ 45,93 em Londres. Durante o pregão, os preços no mercado futuro chegaram a US$ 46,28 em Londres, maior cotação registrada desde 1988. Em Nova York, a cotação do WTI chegou a atingir US$ 49,74, maior valor desde 1983. A falta de certeza de que a oferta atual da commodity será suficiente para satisfazer a elevada demanda é o principal fator da escalada nos preços.
A violência na Nigéria, quinto maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e quinto maior fornecedor para o mercado norte-americano, tornou-se o último problema a inquietar os mercados. Na Nigéria, que produz 2,4 milhões de barris por dia, a petrolífera anglo-holandesa Shell foi obrigada na sexta-feira passada a tirar 235 empregados do país por causa dos combates entre tropas do governo e grupos rebeldes. Outro motivo que preocupa o mercado é a situação no Oriente Médio. Confrontos ocorridos no fim de semana na Arábia Saudita, maior exportador mundial, entre forças de segurança e supostos membros da rede terrorista Al Qaeda e contínuos ataques contra instalações petrolíferas no Iraque contribuíram para aumentar o temor de uma possível interrupção do fluxo de petróleo na região. "Todos estes fatos impulsionaram os preços para novos recordes", disse Rob Laughlin, diretor de comércio da GNI-Man Financial.
A Opep tentou ontem acalmar os ânimos e seu presidente, o indonésio Purnomo Yusgiantoro, destacou que os preços atuais não se devem a desequilíbrios entre oferta e demanda. O encarecimento do petróleo repercutiu também nos mercados de ações de todo o mundo, entre eles a Bolsa de Valores de Londres, que teve queda de 0,81% e a de Nova York que fechou com queda de 0,58%.