Título: Alta do aço vai prejudicar resultados da Electrolux
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Fonte: Gazeta Mercantil, 27/09/2004, Indústria & Serviços, p. A-14

A Electrolux, maior fabricante de eletroeletrônicos de uso doméstico do mundo, anunciou semana passada que seus resultados no segundo semestre deverão ser prejudicados pelo aumento do preço do aço - cuja cotação atingiu recorde neste ano. O preço do aço plano registrou alta de 93% só neste ano, alcançando US$ 590 por tonelada, de acordo com a Metal Bulletin, uma publicação londrina especializada em minerais.

A informação fez com que as ações da empresa sueca tivessem sua maior desvalorização dos últimos dois anos na bolsa de Estocolmo. O papel registrou na última sexta-feira uma queda de 8,4%. No acumulado do ano, as ações da Electrolux já se desvalorizarm 16%.

Os custos operacionais da empresa, por conta do aumento do preço dos produtos siderúrgicos, deverão subir o equivalente a US$ 160 milhões nos últimos seis meses deste ano, além de reduzir em pelo menos US$ 67,8 milhões a geração de caixa da empresa no período, disse a empresa em nota.

Hans Straaberg, CEO da Electrolux, disse que a empresa deverá repassar, paulatinamente, o reajuste do aço aos produtos finais, de modo a conter os custos de produção. Nos últimos dois anos, a empresa eliminou pelo menos 5 mil postos de trabalho.

Concorrência

Além disso, a empresa está transferindo suas linhas de produção para países como Hungria e México, para conseguir mais competitividade em relação aos produtos das norte-americanas Whirlpool e Maytag - que também estão registrando queda nas vendas.

A Electrolux é uma das maiores consumidoras de aço da Europa. Assim como a Maytag e a Whirlpool, a empresa está enfrentando alta nos preços do produto, por conta do crescimento da demanda na China. Empresas como Arcelor, Corus Group e outras siderúrgicas européias planejam aumentar o preço do produto em outubro. É o quarto reajuste só neste ano.

Em julho último, a Electrolux havia alertado ao mercado que a escassez de aço iria impactar negativamente os resultados da companhia no segundo semestre, mas não afirmou quanto perderia. A companhia também confirmou planos de aumentar de 20% para 27%, ainda neste ano, a importação de componentes produzidos em locais onde os custos são mais baixos.