Título: Fim do controle do nitrofurano é contestado
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Fonte: Gazeta Mercantil, 27/09/2004, Agribusiness, p. B-12

A organização agrária Unió-Coag manifestou seu desacordo com a decisão da Comissão Européia (CE) de suspender os controles sobre carne, produtos e derivados de aves de granja destinados a consumo humano procedentes do Brasil.

Segundo informou a Unió em comunicado, como conseqüência da presença de nitrofuranos na carne de aves de granja e preparados importados do Brasil, a CE publicou em 2002 uma decisão pela qual todos os carregamentos seriam submetidos a uma análise química para eliminar qualquer perigo para a saúde humana.

No entanto, em março passado esses controles se reduziram de 100% para 20%, com o que a Unió não concorda por considerar que por enquanto não há garantias adequadas em matéria de qualidade e segurança alimentar.

Por isso, exigiu às autoridades sanitárias que as importações de produtos agropecuários cumpram os mesmos requisitos de segurança que as produções européias.

Segundo o responsável de Avicultura da Unió, Luís Sanromá, "é necessário manter um nível elevado em freqüência e em número de controles nos postos de inspeção fronteiriços, principalmente quando na UE se negocia com o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai)" a ampliação dos produtos livres de tarifa.

Esse fato, disse Sanromá, representará uma ampliação de 37,5 mil toneladas no volume de carne de ave que poderá ser importada, o que junto com o atual volume soma 75mil toneladas de carne de ave no mercado do bloco.

Entre os países do Mercosul, o Brasil foi posto em destaque por ser o principal produtor avícola do mundo junto com a Tailândia e por manter o preço do frango 45% inferior ao da UE.

No entanto, esses baixos preços se devem também, segundo a Unió, "a menores exigências ambientais, ao baixo custo da mão-de-obra, à desvalorização de sua moeda e ao fornecimento barato de soja para a elaboração de ração".