Título: ANTT propõe novo acesso a Santos
Autor: Janaína Leite
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/09/2004, Transporte & Logística, p. A-16

Agência acha que a solução, de R$ 27 milhões, acabará com a briga entre MRS e Brasil Ferrovias. A melhor solução para acabar com a briga entre MRS e a Brasil Ferrovias - sem desrespeitar o contrato de concessão da MRS - é a construção de um novo trecho de acesso ao porto de Santos. A tese foi encampada pelo diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), José Alexandre Resende.

A extensão da obra

A nova linha teria 16 quilômetros de extensão na margem direita e 22 quilômetros na esquerda. Para tirá-la do papel, são necessários R$ 27 milhões. O dinheiro viria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"Como o governo aloca seus recursos é uma questão política, mas se houver o pedido (para fazer o novo trecho) nós autorizamos", afirmou Resende ontem, em entrevista na sede da ANTT. Na verdade, Brasil Ferrovias, MRS e ANTT já assinaram um protocolo de intenções, prevendo uma permuta de ativos.

O problema é que a Brasil Ferrovias - controlada pelos dois maiores fundos de pensão do País, Previ e Funcef - acumula dívidas próximas a R$ 1,5 bilhão com o BNDES. Desde o ano passado tenta negociar os débitos sem sucesso. Caberia, então, à MRS tomar o dinheiro emprestado.

Importância estratégica

A importância estratégica da Brasil Ferrovias, principal malha de escoamento da soja produzida no Mato Grosso, fez com que técnicos do governo discutissem uma reengenharia societária para a empresa. De acordo com o novo modelo, o BNDES trocaria parte da dívida por ações da concessionária. "Não creio que o BNDES queira ser acionista majoritário", disse o presidente da ANTT.

Impasse continua

Segundo fonte próxima à negociação, uma das idéias cogitadas é fazer com que a Companhia Vale do Rio Doce venda para Previ e Funcef parte de suas ações na MRS, que entraria na composição da Brasil Ferrovias. Oficialmente, contudo, o impasse continua.