Título: Brasil usa menos financiamento nas...(pág. A-6)
Autor: Lívia Ferrari
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/09/2004, Primeira Página, p. A-1

Neste ano, as compras externas de bens de capital são as que apresentam menor crescimento em relação aos demais itens da pauta. Enquanto as importações brasileiras totais cresceram 29,7% (total de US$ 39,4 bilhões de janeiro a agosto), as compras externas de bens de capital, no valor de US$ 7,6 bilhões até agosto, subiram 18,5% em relação a igual período de 2003. Já as importações de matérias-primas e bens intermediários, que implicam menores prazos de pagamento, aumentaram este ano 30%, somando US$ 21,1 bilhões até o mês passado.

Isso significa que a participação dos bens de capital no cômputo geral das importações brasileiras está em 19,4% este ano, abaixo da participação de 21,2% no ano passado. Já a presença das matérias-primas na pauta das importações brasileiras pulou este ano para 53,6%. Os levantamentos da Receita Federal revelam ainda que 13,9% das importações do país (US$ 5,5 bilhões) tiveram pagamento à vista. Matérias-primas, insumos industriais e bens de consumo não-duráveis estão aí relacionados.

Valorização da moeda influiu

Pelos cálculos da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), o valor real da moeda brasileira aumentou em relação às moedas de todos os principais parceiros comerciais do país, com variação nos últimos 12 meses, encerrados em agosto, de 16,1% em relação ao dólar americano, de 10,9% em relação ao iene japonês, de 9,7% em relação aos países filiados à Aliança Latino-Americana de Integração (Aladi), e de 6,6% em relação aos países da União Européia.

Quanto à cesta internacional de 13 moedas, a valorização registrada foi de 11,2%. No período analisado pela Receita Federal, as transações especiais - doações, investimentos de capital, `leasing¿ financeiro, operações em moeda nacional, e `drawback¿ sem cobertura cambial - diminuíram 14%, representando apenas 0,96% da pauta de importações do país.