Título: Empresas perdem vendas aos EUA por falta de informação
Autor: Lívia Ferrari
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/09/2004, Nacional, p. A-6

Problema afeta sobretudo as pequenas e médias, segundo especialista. Embora os Estados Unidos sejam individualmente o maior destino das exportações brasileiras, o Brasil tem um longo caminho a percorrer para ampliar presença no mercado americano. "E para isso não é necessário esperar a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca)", disse o presidente da trading HRM Int¿l, Inc., Paulo Rocha, há 40 anos estabelecido nos EUA. Segundo ele, o empresariado brasileiro, sobretudo as pequenas e médias empresas, desconhecem questões básicas de como ingressar no mercado americano. "A informação é a melhor ferramenta para o exercício do comércio exterior."

Rocha, que também é diretor da Câmara Brasileira Americana de Comércio da Flórida (`Brazilian American Chamber of Commerce of Florida¿), disse que "poucos no Brasil conhecem, por exemplo, o Sistema Geral de Preferências (SGP), que pode ser importante instrumento de acesso aos EUA".

Ele diz isso com conhecimento de causa, a partir de palestras realizadas nesta semana para industriais no interior de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na platéia, formada em sua maioria por representantes de empresas de pequeno e médio portes, praticamente ninguém conhecia o mecanismo e, por isso, nunca utilizaram os benefícios do SGP, destacou Paulo Rocha.

Cerca de 4,7 mil itens são contemplados pelo SGP, instrumento do governo americano que permite importações com tarifa zero de determinados produtos oriundos de países em desenvolvimento, entre eles o Brasil. Experiente, o presidente da HRM disse que a presença em feiras internacionais, mesmo como simples visitante, é a maneira mais fácil e relativamente barata de prospectar o mercado americano.

"É indispensável pegar cartões de visitas de fornecedores e expositores, catálogos e amostras de produtos exibidos nas feiras", disse Rocha, cuja empresa, sediada na Flórida, é especializada em compras técnicas de materiais industriais realizadas no mercado internacional e remetidas a clientes instalados no Brasil. Um dos principais segmentos de atuação da HRM é o setor siderúrgico, com a demanda de peças e componentes importados.

Com o apoio da Câmara Brasileira Americana de Comércio da Flórida, Rocha está organizando cursos para empresários brasileiros, abordando temas como logística de comercialização, incentivos a importações, aspectos da legislação americana de comércio, barreiras não tarifárias, certificações.