Título: PIB soma US$ 274,9 bi no 1º- semestre
Autor: Mônica Magnavita
Fonte: Gazeta Mercantil, 01/10/2004, Nacional, p. A-4
Expansão de 6,8% na Formação Brutal de Capital Fixo superou o aumento do PIB, de 4,2%. A taxa de investimento na economia brasileira foi de 18,6% no segundo trimestre do ano. Um percentual abaixo do obtido nos primeiros três meses de 2004, de 19,3%, mas superior à taxa de investimento registrada no segundo trimestre de 2003, de 17,2%.
Os números foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), junto com os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) dos primeiros seis meses do ano.
A preços de mercado, o PIB somou R$ 816,8 bilhões entre janeiro e junho de 2004 e R$ 429,1 bilhões no segundo trimestre do ano. Em dólares, calculado a uma taxa média de R$ 2,97 no período, o PIB brasileiro no primeiro semestre deste ano soma US$ 274,9 bilhões. Já o acumulado em 12 meses, até junho de 2004, equivale a US$ 546,3 bilhões.
A queda do investimento do primeiro para o segundo trimestre deste ano, segundo o coordenador de Contas Trimestrais do IBGE, Roberto Olinto, pode embutir um efeito sazonal. Até porque, disse ele, trata-se de uma decisão de longo prazo que não sofre alterações bruscas de um semestre para o outro. A tese de Olinto ganhou reforço a partir da série histórica da taxa de investimento apresentada ontem pelo técnico do IBGE João Hallak.
Segundo ele, a taxa de investimento do segundo trimestre foi a maior para o período desde o segundo trimestre de 2001, quando atingiu 19,9%. Ainda assim, o nível de investimento na economia brasileira está bem abaixo da taxa necessária para garantir um crescimento sustentado, de longo prazo superior a 4% ao ano. Para isso, conforme os economistas, o nível de investimento teria que se manter em 24% do PIB. Apesar disso, os últimos indicadores divulgados pelo IBGE são positivos. A expansão de 6,8% na Formação Brutal de Capital Fixo (FBCF) superou o aumento do PIB, de 4,2%, no primeiro semestre do ano. Isso, depois de um período de quedas sucessivas na FBCF.
Já a taxa de poupança, também divulgada pelo IBGE ontem, aumentou de um semestre para o outro. Aliás, foi a mais alta da série histórica para um segundo trimestre do ano, iniciada desde 1991. Entre abril e junho deste ano, a poupança representou 24,9% do PIB, maior que os 23,4% do primeiro trimestre. Foi também o maior valor alcançado, de R$ 107 bilhões, desde 1994. No primeiro trimestre deste ano, a taxa de poupança bruta do país chegou a 23,4% do PIB.
Um dos motivos do crescimento da taxa de poupança foi o superávit de R$ 23,5 bilhões alcançado pela balança de bens e serviços no segundo trimestre de 2004. O resultado contribuiu, também, para aumentar a capacidade de financiamento na economia brasileira e para a redução da dívida externa. A poupança interna também foi influenciada pelo bom resultado do saldo entre as exportações (R$ 81,5 bilhões) e as importações (R$ 58,1 bilhões). A balança de Bens e Serviços ficou superavitária em R$ 23,5 bilhões entre abril e junho de 2004.
A capacidade de financiamento da economia ¿ a diferença entre o que entrou e saiu do país ¿ foi de R$ 9,6 bilhões no segundo trimestre do ano, um aumento de R$ 8,9 bilhões em relação ao segundo trimestre de 2003, quando o resultado foi de R$ 700 milhões. Essa variação positiva ocorreu, principalmente, devido ao aumento do salto externo corrente. A renda nacional bruta atingiu R$ 412 bilhões no segundo trimestre do ano, contra R$ 359,1 bilhões no mesmo período de 2003.
Entre os componentes da demanda, o consumo das famílias totalizou R$ 232,4 bilhões, no segundo trimestre do ano. No mesmo período, o consumo do governo foi de R$ 75,5 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 80 bilhões.