Título: IBGE prevê safra 3,43% menor do que a anterior
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 01/10/2004, Agribusiness, p. B-12
A oitava estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas indicou que a produção poderá alcançar 119,386 milhões de toneladas, em 2003/04. Na comparação com a estimativa de julho, que era de 119,479 milhões de toneladas, os números de agosto apontam queda de 0,08%.
O volume da projeção da safra é 3,43% inferior à produção obtida em 2003, que somou 123,632 milhões de toneladas. Comparada à estimativa de safra de julho de 2004, as variações de dois produtos destacaram-se em agosto: feijão em grão da segunda safra e trigo em grão. No caso do feijão segunda safra, que apresenta queda de 7,4% na estimativa de produção para agosto, a diminuição mais relevante é decorrente do estado da Bahia (-20%), onde a estiagem foi muito severa para a cultura, principalmente na região nordeste do Estado.
Quanto ao trigo, a variação da estimativa de produção (-2,02%), em relação a julho, é oriunda dos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, com reduções de 3,84% e 11,71%, respectivamente. Essas perdas foram ocasionadas pelas estiagens observadas em agosto.
Os produtos que apresentam variação positiva são: algodão herbáceo em caroço (60,11%), arroz em casca (28,52%), sorgo (13,55%) e trigo (1,50%). Para a safrinha de milho, espera-se colher uma produção da ordem de 10,675 milhões de toneladas. Esse valor é 19,72% menor (2,6 milhões de toneladas a menos) do que o colhido em 2003 (13,298 milhões de toneladas).
No Paraná, maior produtor nacional de milho safrinha, espera-se uma queda de 39% na produção, sendo aguardado um volume de 3,661 milhões de toneladas. A colheita encontra-se em andamento, com 60% da área plantada já colhida. O produto colhido apresenta qualidade de regular para boa. A estiagem em agosto favoreceu a colheita do milho.
A produção total esperada na segunda safra de feijão é de 1,178 milhão de toneladas, 3,64% inferior à do volume da colheita do ano passado. A maior queda, neste mês, foi provocada pelo clima adverso na Bahia. Porém, mesmo com a queda de 20% na produtividade em relação a julho, que se situa em torno de 603 quilos por hectare, o estado poderá colher neste período um volume maior que no ano passado: 255 mil toneladas contra 235 mil toneladas obtidas na safra anterior.