Título: Mercado reduz expectativa para os próximos 12 meses
Autor: Gabriela Valente
Fonte: Gazeta Mercantil, 05/10/2004, Nacional, p. A-4

O mercado financeiro trabalha com uma expectativa menor de inflação. Segundo pesquisa semanal divulgada ontem pelo Banco Central, analistas de mercado informaram esperar para os próximos 12 meses um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,18%. A previsão anterior era de 6,23%.

Para os índices gerais de preços (IGPs), a estimativa também é de queda. O Índice Geral de Preços -Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou de 7,32% para 7,27%. O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) caiu de 7,64% para 7,48%, e o Índice de Preço ao Consumidor da Fipe/USP (IPC) passou de 5,72% para 5,59%.

Para o fim deste ano as instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central esperam que o IPCA fique em 7,31%. É também uma trajetória de queda. Na semana anterior, o IPCA para 2004 era de 7,34%. Há expectativa que o IPC-Fipe recue de 6,50% para 6,45%. Já a projeção para o IGP-DI é de 12,37% ante 12,41% e para o IGP-M, de 12,43% ante 12,62%. Para os preços administrados, a projeção é de 8,50% ante 8,47%.

Em relação a 2005, as estimativas permaneceram estáveis quando comparadas às da semana passada, com exceção dos preços administrados, que caíram de 7,10% para 7%. O IPCA se manteve em 5,80%, o IGP-M em 6,50%, o IGP-DI em 6,50% e o IPC-Fipe em 5,40%. A variável petróleo segue como um ponto relevante na deterioração das expectativas para os índices de preços futuros. O aumento dos combustíveis é dado como certo, resta saber se o governo vai preferir anunciar logo o reajuste e pressionar a inflação corrente ou carregar os efeitos da majoração para a meta do ano que vem.

PIB deve crescer 4,5% em 2004

O Brasil deverá crescer 4,5% neste ano, segundo o relatório do BC. A previsão anterior para o Produto Interno Bruto (PIB) era de 4,47%. Com isso, a relação com a dívida líquida do setor público ficará em 55,4%. A projeção anterior era de 56%. A produção industrial tem destaque no crescimento brasileiro. Somente a previsão para o setor saltou de 6,50% para 6,61% em relação à pesquisa divulgada pelo BC na semana passada.

Já a previsão para o ano que vem apresentou ligeira queda, com as instituições financeiras esperando crescimento industrial de 4,03% (ante 4,13% da semana anterior); um PIB de 3,5% (ante 3,55%) e uma relação dívida/PIB de 54,10% (ante 54,70%).

De acordo com o relatório, a taxa de juros para 2004 ficará em 17% ao ano e a média será de 16,25%. O que mostra estabilidade em relação à semana passada.

Para 2005, a expectativa de fim de período é a mesma do relatório anterior: 15,25%. No entanto, a média passou de 16,08% para 16,13%. As projeções para a taxa de câmbio para o fim de 2004 ficaram estáveis em R$ 3,00 por dólar. Já a média para o ano caiu de R$ 2,99 para R$ 2,98. Para o ano que vem, elas caíram. De R$ 3,17 para R$ 3,15 a final e de R$ 3,10 para R$ 3,09 a média.