Título: Petistas e tucanos crescem em SC.
Autor: Elmar Meurer
Fonte: Gazeta Mercantil, 05/10/2004, Gazeta do Brasil, p. B-13

O PT e o PSDB foram os dois partidos que mais cresceram nas eleições em Santa Catarina, seguindo a tendência nacional. Enquanto PFL, PP e PDT perderam prefeituras e o PMDB praticamente manteve o mesmo número, o PT vai elevar o número de prefeitos de 13 para 24 e o PSDB de 19 para 26. Mas o PT, que manteve o comando em Criciúma e Concórdia, perdeu as prefeituras que tinha em alguns dos mais importantes colégios eleitorais catarinenses, como Blumenau e Chapecó, e não fez boas votações nas duas maiores cidades, que são Joinville e Florianópolis. Ainda assim, conquistou a prefeitura de Itajaí, um dos municípios onde mais predominam os partidos de direita, principalmente o PFL e o PP.

O PSDB, que ganhou a prefeitura de Joinville, maior município catarinense, já no primeiro turno com Marco Tebaldi, ainda vai disputar o comando da capital com o ex-pefelista Dário Berger, que foi o mais votado no primeiro turno na cidade.

O governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que apoiava Tebaldi em Joinville, onde o tucano foi seu vice, ganhou uma e perdeu outra. Se, por um lado, Tebaldi já ganhou a eleição no primeiro turno, em Florianópolis, seu candidato, Sérgio Grando (PPS), não chegou ao segundo turno.

Não será surpresa se houver recorde de votos nulos e brancos no segundo turno da capital, onde os eleitores terão que optar entre Francisco de Assis, do PP da prefeita Ângela Amin, e Berger, ex-prefeito por dois mandatos consecutivos de São José, na Grande Florianópolis. O tucano deixou o PFL depois de ficar sem espaço no PFL, que negou vaga para ele disputar o Senado e a prefeitura da capital. "Independentemente da postura da direção da sigla, o eleitor do PT ficará meio perdido, pois o partido é hoje grande rival do PSDB e os eleitores do partido da capital votam contra a Ângela Amin", diz o professor de ciências políticas da Universidade do Vale do Itajaí, Rogério Santos da Costa.

Para ele, a tendência natural é o governador Luiz Henrique apoiar Berger, mesmo que com menor afinco do que fez com Grando, já que o PSDB faz parte da base de sustentação do governo dele. Já a tendência para o PT seria de manter neutralidade.

Na disputa do segundo turno o professor considera que Berger tem como vantagens a possibilidade de conseguir mais facilmente do que seu rival parcela os votos que foram no primeiro turno para Grando e para Afrânio Boppré (PT), de ter menor rejeição e de ser um nome novo, considera Costa. Já Francisco Assis teria como ponto favorável o crescimento de sua candidatura no fim da campanha.

kicker: PSDB ganhou Joinville e vai disputar 2º turno em Florianóplis