Título: País quer se reaproximar da Venezuela
Autor: Claudia Mancini
Fonte: Gazeta Mercantil, 06/10/2004, Internacional, p. A-10
Secretário de Estado Colin Powell diz esperar por uma relação bilateral melhor. Os Estados Unidos (EUA) tentarão melhorar suas relações com a Venezuela, um importante fornecedor de petróleo ao mercado norte-americano. "Agora que o plebiscito passou, temos de encontrar maneiras de cooperar", disse o secretário de Estado Colin Powell. O secretário se referia ao plebiscito realizado em 15 de agosto passado, e no qual o presidente Hugo Chávez foi confirmado no cargo. A declaração foi dada enquanto Powell viajava ao Brasil, na segunda-feira (mais sobre Powell no Brasil na página A-6). Ele deixa o País hoje pela manhã.
Chávez diversas vezes atacou os EUA, criticando duramente o presidente George W Bush, acusando-o de tentar derrubá-lo, Também fez críticas envolvendo outras questões, como a estratégia de Washington na negociação para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
Muitos analistas acreditam que os EUA precisam colocar de lado sua animosidade e negociar com Chávez, porque a Venezuela é um importante fornecedor de petróleo e os altos preços do produto estão prejudicando a campanha de reeleição de Bush. "Estamos esperando melhorar as relações com a Venezuela", disse Powell.
A declaração é um passo importante, porque parte do principal diplomata dos Estados Unidos, disse o embaixador venezuelano em Washington, Bernardo Álvarez. "Esperamos ter um relacionamento construtivo, não um relacionamento hostil", afirmou
"Os norte-americanos não têm alternativa. Eles precisam começar a tomar a iniciativa. É isso o que estão fazendo e este é o momento certo para fazê-lo", disse Peter Hakim, do grupo Diálogo Interamericano.
Iraque
Em São Paulo, ontem, durante um café da manhã com empresários, acadêmicos e autoridades, Colin Powell disse que conforme o Iraque e o Afeganistão elegerem seus líderes e decidirem seus futuros, "o mundo será um lugar mais seguro para todos".
O secretário afirmou que nas eleições deste final de semana no Afeganistão, deverá haver tentativas para dificultar o processo.
"No final desta semana, mais de 10 milhões de pessoas, 40% delas mulheres, terão a oportunidade de votar nas primeiras eleições livres que essa nação jamais experimentou", afirmou. "Será difícil", completou. Segundo ele, haverá quem tente atacar locais de votação e impedir que mulheres votem, por exemplo.
As eleições no Iraque estão programadas para o próximo mês de janeiro.