Título: Começa a construção da terceira usina do complexo Ceran
Autor: Caio Cigana
Fonte: Gazeta Mercantil, 06/10/2004, Gazeta do Brasil, p. B-13

Estão começando neste mês as obras de construção da Usina Hidrelétrica 14 de Julho, o terceiro projeto que compõe o Complexo Energético Rio das Antas (Ceran). O trabalho, assim como nas duas outras usinas, ficará a cargo do consórcio formado pela Camargo Corrêa, Alston e Engevix. A hidrelétrica, que terá potência instalada de 100 megawatts, está sendo construída no Rio das Antas, na serra gaúcha, tendo à margem direita os municípios de Cotiporã e Veranópolis e, à esquerda, Bento Gonçalves. A usina hidrelétrica terá duas unidades geradoras que, de acordo com o cronograma do projeto, devem entrar em operação comercial no segundo semestre de 2007. O lago terá cinco quilômetros quadrados.

O Ceran, o maior complexo hidrelétrico em construção hoje no Rio Grande do Sul, terá, com a soma das três hidrelétricas, uma potência instalada de 360 megawatts, o que eqüivale hoje a 10% do consumo do estado. O investimento total é estimado em R$ 675 milhões. Desse montante, R$ 435 milhões têm origem no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O restante é dividido de acordo com a participação acionárias das três empresas parceiras no Ceran ¿ Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), que detém 65%, a estatal gaúcha Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), com 30%, e Desenvix, com a menor fatia, 5%.

As outras duas usinas hidrelétricas do Consórcio são a Castro Alves e a Montes Claros. A primeira, com potência instalada de 130 megawatts, fica entre Nova Roma do Sul (margem direita), Nova Pádua, Antonio Prado e Flores da Cunha (margem esquerda). A Usina de Castro Alves, também de 130 megawatts, atinge Nova Roma do Sul, Veranópolis (margem direita) e Bento Gonçalves (esquerda).

A Usina de Monte Claro está hoje em fase de testes e deve entrar em operação comercial em dezembro. Já a hidrelétrica de Castro Alves está programada para começar a gerar energia no primeiro semestre de 2007. Cada projeto, quando atinge o pico da obra, chega a gerar 1,5 mil postos de trabalho.

Quando as três usinas do Ceran estiverem operando, vão gerar R$ 4 milhões por ano em royalties, metade para os municípios e o restante para o Estado. No andamento das obras, a parte civil e a montagem eletromecânica são responsabilidade da Camargo Corrêa, o projeto de engenharia é desenvolvido pela Engevix e o fornecimento de equipamentos é a cargo da Alstom.

O Complexo Energético Rio das Antas é um dos mais importantes projetos energéticos que, de acordo com a Secretaria Estadual Energia, Minas e Comunicações, irão ajudar o Rio Grande do Sul a ser auto-suficiente em 2008.

Hoje, é necessário buscar fora 39% da energia consumida no estado. Outro projeto hidrelétrico importante e maior é o da Usina Hidrelétrica de Garabi, no Rio Uruguai, uma obra avaliada em US$ 2 bilhões e programada para gerar 1,8 mil MW. O levantamento técnico e ambiental da obra deve ser concluído ainda neste ano para que em 2005 seja lançada a licitação internacional para a execução do projeto. Se tudo ocorrer como o esperado, no entanto, Garabi deve entrar em operação apenas em 2010.