Título: O IGP-DI desacelera além do esperado e sobe 0,48%
Autor: Cristina Borges Guimarães
Fonte: Gazeta Mercantil, 07/10/2004, Nacional, p. A-5

Após dar 1,31% em agosto, taxa de setembro é a menor em onze meses. O Índice Geral de Preços (IGP-DI) subiu 0,48% no mês de setembro, o menor aumento desde outubro de 2003 (quando havia subido 0,44%). A taxa de setembro foi bastante inferior à alta de 1,31% verificada em agosto, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Os itens que mais contribuíram para a desaceleração do índice cheio foram os ovos (¿11,16), no atacado, e o tomate (¿24,87), no varejo. Suínos foi o item, no atacado, que mais impediu uma desaceleração maior do IGP-DI em setembro ao subir 7,81%. No varejo, o item de maior pressão inflacionária foi a tarifa de telefone residencial que aumentou 2,53%.

Os três componentes do IGP-DI registraram desaceleração em setembro. O Índice de Preços por Atacado (IPA) desacelerou de 1,59% para 0,65% em setembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) passou de uma alta de 0,79% em agosto para 0,01% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,58% em setembro frente aumento de 0,81% apurado em agosto.

No atacado, os bens de consumo desaceleraram de uma elevação de 1,62% para variação negativa de 0,40% e os preços dos bens de produção, de uma alta de 1,57% para 1,17%. Os produtos agrícolas passaram de uma inflação de 0,53% para deflação de 0,64% e nos produtos industriais de um aumento de 1,98% para 1,13%. Dentre os grupos de produtos agrícolas que apresentaram quedas mais expressivas, figuram legumes e frutas, com variação de ¿8,19% e raízes e tubérculos, de ¿4,05%.

No varejo, três grupos apresentaram deflação. Despesas diversas registrou variação negativa de 0,08%, transportes, ¿0,10% e alimentação, ¿1,05%. Vestuário com alta de 1,19%, habitação (0,63%), saúde e cuidados pessoais (0,35%) e educação, leitura e recreação (0,27%) pressionaram com maior intensidade o índice médio.

Na construção civil, materiais e serviços subiu 1,09% frente a alta de 1,53% para apurada em agosto e a mão-de-obra não variou.