Título: Preço do petróleo cairá, mas ficará em nível elevado
Autor: Mônica Magnavita
Fonte: Gazeta Mercantil, 07/10/2004, Primeira Página, p. A-1

PDVSA propõe união das estatais petrolíferas da AL. O presidente da PDVSA, a estatal venezuela de petróleo, Alí Rodríguez, disse que os preços do petróleo, que ontem atingiram US$ 52,02 o barril (WTI), não retornarão aos níveis dos anos anteriores, embora haja uma tendência de queda do atual patamar.

Na Rio Oil & Gás, evento que reuniu no Riocentro empresas nacionais e estrangeiras do setor, Rodríguez propôs a união de empresas de petróleo da América Latina, a constituição da Petroamérica - como o passo principal para a integração. Segundo ele, depende da vontade política dos governos interessados para que seja possível gerenciar a energia na América Latina e no Caribe, em nome dos interesses da região.

"Se todas as petrolíferas da área constituíssem uma aliança, teriam o controle de 11,5% das reservas mundiais de óleo bruto, exercendo uma influência importante no mercado", disse. Rodríguez falou, ainda, sobre os possíveis investimentos da estatal venezuelana em uma refinaria no Rio de Janeiro, na estratégia da empresa em ampliar a produção de gás natural e sobre as negociações com a Petrobras para investimentos em projetos conjuntos nas áreas de refino e petroquímica, no Brasil e no México.

O presidente da PDVSA evitou fazer previsões sobre o comportamento do preço do petróleo, limitando-se a afirmar que dificilmente a cotação ficará abaixo de US$ 30,00 nos próximos meses. As pressões de alta, segundo ele, estão relacionadas às operações dos especuladores nos mercados futuros, que negociam de 120 milhões a 160 milhões de barris por dia (bpd), enquanto a oferta mundial gira em torno de 84 milhões de barris diários. E, também, ao fato de as refinarias americanas trabalharem no limite de capacidade.