Título: Governador Rigotto apóia José Fogaça para prefeito
Autor: Caio Cigana
Fonte: Gazeta Mercantil, 07/10/2004, Política, p. A-8

Frente na capital tenta evitar quinto mandato consecutivo do PT. O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), confirmou ontem que vai emprestar o seu apoio pessoal ao ex-senador José Fogaça (PPS) na disputa com Raul Pont (PT) pela prefeitura de Porto Alegre. Rigotto não descartou subir no palanque de Fogaça e gravar participação nos programas de rádio e TV da coligação PPS-PTB.

Rigotto conversou com Fogaça ontem à tarde no Palácio Piratini e, ao final do encontro, elencou duas razões principais para apoiar o ex-senador. A primeira, disse o governador, é a retribuição ao apoio do PPS no segundo turno das eleições estaduais em 2002. A segunda é a amizade. "Tenho uma identificação muito forte com ele (Fogaça) pela convivência que tivemos nos últimos anos no Congresso", lembrou Rigotto, ex-deputado federal. Em grande parte deste período, Fogaça também pertencia ao PMDB. Depois, devido à divergências internas, deixou o partido rumo ao PPS.

Rigotto explicou que preferiu não apoiar ninguém no primeiro turno porque existiam vários candidatos - além do PMDB - de partidos que compõem o governo. Agora, ressaltou Rigotto, apesar de o PPS ser um partido sem cargos no Executivo e independente na Assembléia Legislativa, a chapa também conta com o PTB, sigla aliada ao governo. Em Caxias do Sul, seu domicílio eleitoral, Rigotto também preferiu não interferir no primeiro turno porque o deputado estadual Ruy Pauletti, do PSDB, do vice-governador Antônio Hohlfeldt, também concorria. No segundo turno, porém, também avisou que entrará na campanha de José Ivo Sartori (PMDB) na disputa com Marisa Formolo (PT).

A frente que tentará evitar o quinto mandato consecutivo do PT na capital gaúcha começa a ganhar contornos finais. Na terça-feira, três partidos de candidatos que não passaram para o segundo turno oficializaram o apoio a Fogaça. O primeiro foi o PDT do deputado estadual Vieira da Cunha. Depois foi o PP do ex-governador e também deputado estadual Jair Soares. À noite veio a confirmação do PMDB, que concorreu com o deputado federal Mendes Ribeiro Filho. A decisão do diretório municipal do partido, no entanto, não foi unânime. O PMDB chegou a ser cortejado pelo PT, mas as disputas dos dois partidos nas últimas eleições inviabilizaram a aproximação. PFL e PSDB também mostram inclinação por Fogaça.

Pont deve contar apenas com o PSB do deputado Beto Albuquerque. Entretanto, o petista aposta que pode ganhar votos da base eleitoral de PMDB e PDT. No primeiro caso, por causa divisão que alimentou o PPS. Em relação ao PDT, devido às privatizações feitas pelas lideranças que hoje compõem o PPS durante o governo Antônio Britto (1995-1998).