Título: Preço da gasolina apenas começou a ser reajustado
Autor: Mônica Magnavita
Fonte: Gazeta Mercantil, 15/10/2004, Primeira Página, p. A-1

Para o consumidor, alta agora é de só 1,6% em média. Os preços da gasolina e do diesel estão mais caros a partir de hoje. Ontem, a Petrobras anunciou um aumento de 2,4% para a gasolina e de 4,8% para o diesel nas refinarias, incluindo os impostos. Com isso, a companhia estima que o impacto médio no preço final ao consumidor seja de 1,6% na gasolina e de 3,8% no diesel. Mas, de acordo com a Federação Nacional dos Combustíveis (Fecombustíveis), os preços da gasolina e do diesel para o consumidor, na média nacional, deverão ficar, pela ordem, em 2% e 4%. Os ajustes nos preços de realização da Petrobras, ou seja, preços sem os impostos, são, na média, de 4,0%, para a gasolina, e de 6,0%, para o diesel.

Os reajustes foram considerados tímidos pelos analistas de mercado, que esperavam uma alta em torno de 10%. Até porque, ontem a cotação do petróleo em Nova York fechou a US$ 54,70, atingindo recorde de alta.

O diretor financeiro da Petrobras, Sérgio Gabrielli, no entanto, justificou os percentuais, argumentando que foi o reajuste necessário para não afetar o consumo interno. Além disso, não há sinais de que os preços externos continuarão nesse ritmo de alta. Entre os motivos estão a estabilidade do volume de petróleo negociado no mercado futuro, entre 150 milhões a 160 milhões de barris diários, e do consumo internacional de gasolina. Seja como for, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, sinalizou, ontem, com um possível reajuste antes do fim do ano.

O diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires, dá como certo um novo reajuste. Segundo ele, os preços da gasolina nas refinarias da Petrobras sem impostos permanecerão com uma defasagem de 18% para a gasolina e de 26% para o diesel, em relação ao petróleo do Golfo do México. Antes da alta, a defasagem era de 21% e 31%, respectivamente. "Foi uma frustração para o mercado e não terá efeito expressivo para a Petrobras", disse Pires.

Na sua avaliação, nada indica que haverá estabilidade no mercado internacional este ano. Ao contrário, a tendência é de alta.