Título: Produção é redirecionada para o mercado externo
Autor: Henrique Silveira Neves
Fonte: Gazeta Mercantil, 18/10/2004, Panorama setorial, p. A-12

O papelcartão produzido no Brasil destina-se predominantemente ao mercado interno. Em 2003, das 533 mil toneladas de papelcartão vendidas pelos produtores brasileiros, 374 mil ficaram no mercado interno, ou seja, 70,1%. De 2002 a 2003, no entanto, aumentou a participação das exportações nas vendas totais do produto - de 18% para 29,9%. Diante da retração da demanda interna por papéis em 2003, os fabricantes redirecionaram parte de seus volumes para o mercado externo.

O papelcartão é definido pela Bracelpa como o "produto resultante da união de várias camadas de papel e sobrepostas, iguais ou distintas, que se aderem por compressão". Trata-se de um material utilizado principalmente na confecção de embalagens. Somada sua produção à dos outros tipos de cartões (cartolinas, papelões e polpa moldada), chega-se a cerca de 10% do total de papéis produzidos no País (771 mil de um total de 7,77 milhões de toneladas em 2002).

A Suzano Bahia Sul Papel e Celulose é a maior produtora brasileira de papelcartões do País. Segundo o "Relatório Estatístico" de 2002 da Bracelpa, a então Companhia Suzano de Papel e Celulose (cuja incorporação em 2003 pela Bahia Sul Papel e Celulose resultou na Suzano Bahia Sul) foi responsável por 184 mil das 559 mil toneladas de papelcartão produzidas no País naquele ano. Seguiram-se a Ripasa Celulose e Papel, com 89 mil toneladas, a Papirus Indústria de Papel, com 69 mil, a Klabin, com 51 mil, e a Itapagé Celulose, Papéis e Artefatos, com 51 mil toneladas produzidas.

Klabin, Suzano Bahia Sul e Ripasa estão entre as cinco maiores produtoras de papel do País. Papirus e Itapagé são especializadas em papelcartão. A fábrica da Papirus fica em Limeira, no interior de São Paulo, e a da Itapagé em Coelho Neto, no Maranhão, às margens do rio Parnaíba.

A matéria-prima fibrosa utilizada pela Papirus para fabricação de seu papelcartão é composta de 25% de celulose virgem (branqueada ou não) e 75% de aparas de papéis recicláveis, em média. Segundo explica a fabricante em seu site na internet, trata-se de material proveniente de "refugos da indústria papeleira, refiles de gráficas e editoras, descarte seletivo de papéis em escritórios, lojas, supermercados, além daqueles separados em programas de coleta seletiva e usinas de reciclagem". Já a Itapagé é uma indústria integrada de papel e celulose que baseia sua produção no cultivo e aproveitamento em larga escala do bambu.