Título: Maia pede reforço federal contra a violência no Rio
Autor: Romoaldo de Souza
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/10/2004, Política, p. A-6

O prefeito reeleito do Rio, César Maia, pediu ontem a Luiz Inácio Lula da Silva intervenção da Força Nacional de Segurança Pública para combater a violência na cidade. Maia revelou ainda que Lula teria dito que ficou chocado com as cenas do arrastão ocorrido na praia do Leblon recentemente e que isso é ruim à imagem do Brasil no exterior. Depois do encontro com o presidente, o prefeito disse que apoiará no segundo turno os candidatos petistas em Porto Alegre (RS), além de Niterói e Nova Iguaçú, ambas no RJ.

"A razão para a presença da Força é uma necessidade transcendental", filosofou Maia. A Força Nacional de Segurança Pública é formada por policiais e bombeiros, indicados pelos estados e treinados na Academia da Polícia Federal, em Brasília. Pode entrar em ação em situações emergenciais ou quando for detectada a urgência de reforço na área de segurança pública estadual, como uma alternativa ao uso das Forças Armadas, segundo a consta no seu regimento.

O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL), disse que o presidente classificou de espetacular seu desempenho nas eleições municipais, no domingo. Lula teria comparado vitória do PFL carioca às alcançadas na reeleição dos prefeitos petistas Fermando Pimentel, em Belo Horizonte, e João Paulo, no Recife.

Segundo o pefelista, o presidente teria dito que os bons governos começam a ser julgados pela população brasileira. "A vitória de nós três, no primeiro turno, confirma o julgamento que a população faz, de forma cada vez mais enfática, de governos com bons resultados", disse.

César Maia conversou com Lula sobre a articulação política do PFL com o PT para eleger Godofredo Pinto, em Niterói, e Lindberg Farias, em Nova Iguaçu. Segundo o prefeito do Rio, as duas legendas têm divergências sobre os rumos do país, mas isso não impede que sejam feitas alianças estratégicas.

"Usar abusivamente o Estado como fazem a senhora Rosinha e o senhor (Anthony) Garotinho, para oprimir e constranger populações de pequenos municípios, são práticas da República Velha que o País ultrapassou com a democrática", bateu Maia.

César Maia fez questão de deixar claro, no entanto, que a união entre PT e PFL para por aí. Em Porto Alegre, onde Raul Pont (PT) disputa o segundo turno com José Fogaça (PPS), o prefeito disse que vai subir no palanque contra o candidato do presidente da República. Ou seja, vai apoiar os petistas na tentativa do quinto mandato na capital gaúcha.

O prefeito se prepara ainda para fazer uma romaria Brasil afora como garoto-propaganda dos candidatos pefelistas Moroni Torgan, que disputa a prefeitura de Fortaleza, e César Borges, que briga pela reeleição em Salvador.

Maia antecipou que, em São Paulo, seu apoio deve se limitar a uma participação no programa eleitoral de televisão de José Serra (PSDB), caso ele peça.

O prefeito do Rio não quis avaliar se o presidente Lula cometeu erros em reunir prefeitos petistas no Palácio do Planalto. "No Rio, a Justiça disse que eu não poderia usar meu gabinete e teria de optar pelo o Palácio da Cidade, minha residência. E assim eu o fiz".

Por último, que na lista de candidatos a presidente do PFL estão os senadores Jorge Borhausen (SC) e Marco Maciel (PE), e do deputado José Carlos Aleluia (BA), líder do partido na Câmara dos deputados.