Título: Apoio fechado para conselho
Autor: Cipriani, Juliana; Scofield, Patrícia
Fonte: Correio Braziliense, 03/04/2011, Política, p. 3

A criação de um conselho político para descentralizar as decisões do PSDB tem o apoio dos oito governadores tucanos. Na segunda reunião do grupo, realizada ontem, em Belo Horizonte, eles apresentaram como consensual a proposta para a direção nacional da legenda e indicaram a composição do futuro colegiado, que servirá para incluir os líderes da legenda nas principais definições políticas. Se confirmado, o conselhão também abrigará o candidato derrotado ao Palácio do Planalto, ex-governador José Serra, atendendo a pressões da ala paulista do partido.

Os governadores Antonio Anastasia (Minas Gerais), Anchieta Júnior (Roraima), Beto Richa (Paraná), Geraldo Alckmin (São Paulo), Marconi Perillo (Goiás), Simão Jatene (Pará), Siqueira Campos (Tocatins) e Teotônio Vilela Filho (Alagoas) tiveram reuniões durante todo o dia. Perillo foi escalado para falar sobre a decisão de apoiar o conselho. ¿Ele vai colaborar com a direção nacional do partido. Será de assessoramento e ele pode, quando solicitado, colaborar coma formulação de ideias e políticas¿, explicou.

Perillo garantiu, no entanto, que o conselho não vai ¿trombar¿ com o comando partidário. Pela proposta apresentada, estarão nele os oito governadores, o senador Aécio Neves, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, o presidente do Instituto Teotônio Vilela, o ex-governador José Serra e um representante da Câmara dos Deputados. ¿O conselho não vai disputar espaço com a direção, que já tem suas prerrogativas¿, afirmou o governador.

O presidente do partido, deputado Sérgio Guerra, no entanto, disse que o desejo é que esse futuro órgão funcione. ¿Pelas pessoas que o irão compor, ele terá a capacidade de tomar decisões orientadoras da Executiva. O partido sempre vai considerar bem-vinda e nada disso prejudica, apenas ajuda o partido¿, afirmou.

Comunicação Na primeira fase da reunião, os tucanos trataram das falhas de comunicação do partido. O PSDB entende que, depois das derrotas consecutivas para o PT, deve unificar o discurso no país e procurar firmar marcas da legenda. Um dos principais focos é a área social. Sérgio Guerra disse que vai usar a propaganda partidária do PSDB para definir um discurso para a oposição.

Articulando sua recondução ao cargo, que tem votação prevista para maio, o presidente do partido disse que a legenda precisa ser um só em todos os estados. ¿Essa direção terá de quebrar estruturas que impedem o partido de se abrir e crescer¿, disse, emendando que não seria delicado dizer a quem se referia a declaração. O dirigente deu nota cinco aos primeiros meses de governo da presidente Dilma e disse que é ¿muito cedo¿ para medir a popularidade da gestão petista, como fez pesquisa divulgada na sexta-feira.

Guerra elogiou a discrição da nova presidente, comparando com o excesso de palavras que atribuiu ao ex-presidente Lula e afirmou que ela tem acertado em algumas políticas, como na área dos direitos humanos.