Título: Na trilha da bancarrota
Autor: Bonfanti, Cristiane; Garcia, Larissa
Fonte: Correio Braziliense, 03/04/2011, Economia, p. 15

Em média, entre 20 e 25 planos de saúde e odontológicos sofrem invertenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a cada mês por apresentarem problemas financeiros. E o caminho, na maioria das vezes, é o mesmo: a bancarrota. Para especialistas, o movimento é irreversível. Ruy Coutinho, da Latinlink Consultoria, observa que, a partir de agora, as fusões devem se dar não apenas por meio da compra de pequenas empresas, mas entre grandes corporações. ¿Em 2009, a Amil comprou a Medial. Agora, estudo da Credit Suisse revela que a Amil e o Bradesco podem se unir¿, ressalta Coutinho.

Outro fator que deve tornar ainda mais dramático o quadro das operadoras é a ascensão da população para a classe média, inflada por nada menos que 30 milhões de pessoas nos últimos seis anos. ¿Em 10 anos, mais de 20 milhões de brasileiros saíram da linha de pobreza, e eles demandam cada vez mais o sistema de saúde suplementar¿, observa.

Assessor de gerenciamento de saúde das Clínicas Oncológicas Integradas (COI) e ex-gerente-geral de Estrutura e Operações dos Produtos da ANS, Everardo Braga explica que, em termos de negócios relevantes, o mercado estima que haja espaço para apenas 800 empresas, menos da metade do que existe atualmente. ¿Para trabalharem com segurança, elas devem ter entre 40 mil e 50 mil pessoas vinculadas¿, diz. (CB)

Multada O descaso no atendimento está causando prejuízos não apenas para os consumidores, mas também para as operadoras. A Golden Cross terá de pagar R$ 4 milhões em multas por negar assistência médica aos beneficiários. A Advocacia-Geral da União (AGU) reverteu, na Justiça, decisão que anulou 37 infrações contra a operadora por ela não ter autorizado procedimentos. O convênio alegou que, nos casos analisados, havia doença ou lesão pré-existente, mas não conseguiu comprovar.