Título: Uma preparação para o aumento do tráfego aéreo
Autor: Virgínia Silveira
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/10/2004, Telecomunicações & Informática, p. A-12

A decisão do governo brasileiro de construir um satélite geoestacionário próprio também foi motivada pelo compromisso assumido pelo País de se adequar às recomendações feitas pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) até 2010. Nessa data o Brasil espera lançar o primeiro SGB e iniciar a operação de um sistema de navegação aérea gerenciado por satélites e computadores.

Em 2010 também entrará em vigor o novo sistema CNS/ATM, sigla em inglês para Comunicação, Navegação, Vigilância/Gestão do Tráfego Aéreo, cujo objetivo é minimizar os problemas decorrentes do crescimento acentuado no tráfego aéreo nas próximas décadas. "O controle do tráfego aéreo por satélite garante maior segurança às operações das aeronaves reduzindo as distâncias entre elas em vôo e nos intervalos entre pousos e decolagens", explica o coordenador do projeto do SGB no CTA, coronel Cosme Roberto Moreira da Silva.

O atual sistema de controle em operação no Brasil é baseado em radares e comunicação por voz. O projeto do SGB, segundo o coronel Cosme, também é considerado fundamental para a manutenção da independência do país no controle do seu espaço aéreo. "Com um satélite próprio, o Brasil não ficará dependente da contratação de serviços internacionais de satélites, evitando o risco da descontinuidades dos serviços ou a cobrança futura de encargos ou taxas com valores excessivos com monopólio dos serviços".

O projeto também é estratégico pois prestará serviços de telecomunicações ao governo federal, auxiliará as operações de monitoramento do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) e as demandas do Sistema de Comunicações Militares por Satélites (Siscomis), usado pelas três forças armadas.