Título: Alta no nível de emprego é de 0,5% em junho
Autor: Viviane Monteiro
Fonte: Gazeta Mercantil, 18/08/2004, Indústria & Serviços, p. A-17

O nível de emprego na indústria subiu pela segunda vez consecutiva e fechou junho com alta de 0,5% em relação a maio. A elevação em maio foi de 1,1%, em relação a abril, na série livre de influências sazonais, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com junho de 2003, o crescimento foi de 1,6%. Nos últimos doze meses, o nível de emprego registra queda 0,6%.

No primeiro semestre do ano, o emprego apresentou avanço de 0,1% sobre igual período de 2003. Considerando o período janeiro a junho, os maiores impactos positivos partiram dos setores de máquinas e equipamentos, com alta de 11,7%, e alimentos e bebidas, aumento de 2,2%. Entre as atividades que tiveram redução no emprego, o destaque ficou com as fábricas de vestuário que tiveram queda de 10,5%.

Considerando o semestre, o melhor desempenho no emprego foi verificado em Minas Gerais, que subiu 3,6% e no Paraná, com aumento de 2,2%.

Os estados que apresentaram o maior número de contratações na comparação mês a mês foram Minas Gerais, 4,6%, e São Paulo, 1,1%. Já as indústria do Rio de Janeiro (¿3,7%) e de Pernambuco (¿5,8%) foram as que registraram as maiores reduções considerando os dados mensais. Segundo o IBGE, estes foram os únicos locais que tiveram resultados negativos no emprego.

Na análise trimestral, o emprego, que apontava queda de 0,7% no primeiro trimestre, avançou em 0,9% no segundo trimestre do ano. Este movimento atinge 12 dos 14 locais pesquisados e 15 das 18 atividades incluídas na pesquisa.

Já na comparação de junho com junho do ano passado os impactos positivos vieram do setor de máquinas e equipamentos (13,7%) e alimentos e bebidas (3,6%). Já no caso do vestuário houve queda de 9,7 e em produtos de metal a redução foi de 7,4%.

Mais contratações

As contratações na indústria deverão ser mais significativas no segundo semestre, em relação aos primeiros seis meses do ano, por conta da sazonalidade que ocorre no período. A avaliação é do economista-chefe da consultoria Lopes Filho, Júlio Hegedus. "Haverá maior reação na atividade econômica e, conseqüentemente, haverá maior absorção da mão-de-obra."

Para o economista, o maior número de vagas criadas no mês de maio reflete um processo de recuperação gradual do emprego. "As contratações ficaram positivas em todas as bases de comparação, exceto na comparação dos últimos doze meses. Mas, isso deverá se reverter com o tempo, quando a economia voltar a crescer de forma mais acentuada", ele disse.

Após três meses consecutivos em queda, a folha de pagamento dos trabalhadores da indústria subiu na série livre de influências sazonais, evoluindo 0,7% entre maio e junho. Em relação ao mesmo período de 2003, o rendimento dos trabalhadores subiu 8,4%. No entanto, o nível da folha de pagamento real apresentou ligeira redução entre maio e junho, de 0,2%, mas a taxa é de 7,9% superior ao registrado em junho de 2003.

No primeiro semestre, a renda registrou avanço de 8,9%, sobre a mesma etapa de 2003. Nos últimos doze meses, o rendimento variou positivamente para 3,1%.

Na comparação com junho de 2003, todos os estados e 14 das 18 atividades tiveram aumento na folha de pagamento. As principais contribuições partiram de São Paulo, com avanço de 9% e Minas Gerais, com alta de 10,5%, enquanto Pernambuco apresentou a menor taxa de crescimento, 2,4%.