Título: Emprego industrial tem quarta alta consecutiva
Autor: Daniele Carvalho
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/10/2004, Indústria & Serviços, p. A-9
O emprego na indústria nacional mantém trajetória de recuperação, apontou a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, houve variação positiva de 0,9%, entre julho e agosto, registrando a quarta alta consecutiva desse indicador. Desde abril, a alta acumulada do indicador é de 2,6%.
Na comparação com agosto do ano passado, o crescimento no emprego industrial foi de 3,1%. Já no acumulado dos oito primeiros meses de 2004, houve alta de 0,8% no número de vagas em relação com o mesmo período no ano passado.
Para a economista da Coordenação de Indústria do IBGE, Denise Cordovil, o melhor parâmetro de avaliação de tendência do nível de emprego é o índice que mostra os resultados acumulados nos últimos doze meses frente ao mesmo período anterior, que ficou zerado. "Quando comparamos os últimos doze meses com igual período imediatamente anterior, chegamos a um resultado nulo. Isto significa que, se o indicador continuar crescendo no ritmo atual, teremos aumento real no nível do emprego industrial", explicou.
Dos estados pesquisados pelo instituto, apenas dois permaneceram com índice negativo em agosto: Rio de Janeiro e Pernambuco, ambos com redução de 1,3% na comparação mensal. O setor de alimentos e bebidas foi o principal responsável pela queda do número de trabalhadores nestes estados (queda de 16,8% e de 6,7%, respectivamente). São Paulo e Minas Gerais foram os estados que registraram as maiores altas (de 1,6% e de 5,6%, respectivamente). O setor de máquinas e equipamentos foi o que registrou maior crescimento no número de vagas (16%).
Quanto à folha de pagamento real, o resultado de agosto manteve-se estável em relação a julho. Na avaliação do IBGE, a recuperação do nível de emprego e o crescimento real da folha de pagamento refletem os efeitos da manutenção do crescimento da atividade produtiva ao longo de 2004.
Na comparação com agosto de 2003, a folha de pagamento real registrou aumento de 9,6%, com crescimento em todos os 14 locais pesquisados (onze estados brasileiros além das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste). Este foi o mais alto nível para os meses de agosto desde 2001, quando o IBGE iniciou a Pesquisa Mensal Industrial de Emprego e Salário.
Ainda quando comparado agosto deste ano frente ao mesmo mês de 2003, houve aumento real na folha de pagamento em 15 dos 18 setores industriais investigados.
Em relação ao total de horas pagas, agosto registrou aumento de 1% em relação a julho, já descontado o efeito sazonal. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o número de horas pagas na indústria atingiu a sétima taxa positiva consecutiva, ao crescer 3,9%.
kicker: Crescimento da folha de pagamento foi de 9,6% em relação ao ano passado