Título: Supermercados perdem vendas em setembro
Autor: Dimalice Nunes
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/10/2004, Comércio & Serviço, p. A-10

As vendas do setor supermercadista em valores reais, deflacionadas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (Ipca) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registraram em setembro queda de 1,87% sobre agosto. Em relação a setembro do ano passado, houve crescimento de 6,68%. Já no acumulado de janeiro a setembro as vendas mostram alta de 1,77% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Para o presidente da entidade, João Carlos de Oliveira, a retração das vendas em setembro não sinaliza desaquecimento do setor, pois foi provocada apenas pelo menor número de dias úteis no mês passado. O mês de agosto contou com 31 dias e cinco finais de semana, enquanto setembro teve 30 dias e quatro finais de semana.

Na comparação de setembro com o mesmo mês de 2003, o crescimento das vendas, segundo Oliveira, pode ser explicado tanto pela fraca base de comparação quanto pela melhora do cenário econômico. Mesmo com queda nas vendas em setembro, o resultado acumulado é positivo, o que confirma a tendência de retomada do setor, na visão de Oliveira.

Em valores nominais, no acumulado do ano, as vendas do setor apresentaram crescimento de 8,3%. Os resultados contrastam na comparação setembro/agosto (-1,5%) e setembro/setembro do ano passado (13,8%).

IBGE

Em agosto, o comércio varejista do País manteve-se em expansão, com crescimento de 7,5% no volume de vendas e de 13,2% na receita nominal, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o IBGE. Estes resultados mostram, porém, desaceleração no ritmo de crescimento do setor, que mostrou em julho evoluções de 12,04 no volume de vendas e de 16,6% na receita.

No acumulado dos oito primeiros meses de 2004, as taxas foram de 9,4% e 11,9%, respectivamente. Já no acumulado de 12 meses, situaram-se em 5,8% e 11,8%.

Na comparação entre agosto deste ano e idêntico período de 2003, o volume de vendas aumentou na maioria de 25 Unidades da Federação. As duas exceções foram Tocantins (-4,67%) e Goiás (-0,59%). As maiores taxas ocorreram em Rondônia (24,05%), Acre (22,01%), Amazonas (21,57%), Mato Grosso (21,28%) e Alagoas (17,41%). As maiores contribuições ao desempenho global do varejo (7,53%) vieram de São Paulo (6,30%), Rio de Janeiro (8,55%), Minas Gerais (7,79%), Rio Grande do Sul (6,47%), Paraná (7,72%) e Santa Catarina (8,20%).

Das cinco atividades do varejo cuja base de dados foi definida pela amostra selecionada em 2000, quatro registraram aumento no volume de vendas em relação a agosto de 2003: móveis e eletrodomésticos (29,50%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,06%); combustíveis e lubrificantes (1,78%); e veículos, motos, partes e peças (32,20%). Pequeno resultado negativo ocorreu no grupo de tecidos, vestuário e calçados (-0,02%).

Entre as novas atividades pesquisadas (amostra definida em 2003), houve alta no volume de vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,84%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (7,36%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,65%); e material de construção (9,78%). Somente o ramo de livros, jornais, revistas e papelaria teve queda (-0,35%). A maioria destes segmentos reduziu as suas taxas de crescimento no volume de vendas durante o mês de agosto.