Título: Empresas crescem e abrem novos postos de trabalho
Autor: Ana Carolina Saito
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/08/2004, Telecomunicações & Informática, p. A-14

Contax registra expansão de 61% e revê planos de investimento. O desempenho das empresas de call center está superando as expectativas do setor. No primeiro semestre de 2004, a Contax esperava uma expansão de 15% do mercado como um todo. Mas a empresa do grupo Telemar registrou um faturamento bruto de R$ 312 milhões, um crescimento de 61% em relação ao mesmo período do ano passado. "O mercado está surpreendendo. Nossa projeção era de um aumento de 15%. A Contax já esperava superar o mercado mas, certamente, foi mais do que o previsto", afirmou o presidente da companhia, James Meaney.

Os bons resultados fizeram a empresa rever a sua projeção de investimentos para o ano, de R$ 40 milhões para R$ 80 milhões. Até julho deste ano, a Contax não abriu nenhum novo site mas planeja a inauguração de três megacentros no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador até o final de 2004. "Estamos operando com 100% da nossa capacidade. Vamos construir novos sites para atender a demanda, preparar o crescimento até o final do ano e manter a atualização tecnológica", afirmou o executivo.

A construção das novas unidades vai gerar mais empregos. Até junho, a companhia abriu 4 mil novos postos de trabalho, ampliando o seu quadro para 32 mil funcionários. Em 2003, a empresa efetivou 10 mil trabalhadores e investiu cerca de R$ 5 milhões em capacitação. Para este ano, a Contax deve aplicar nesta área R$ 6 milhões. "Desde 2001, nenhuma empresa gerou tantos empregos no Brasil como a Contax. Em 2003, fomos a sétima maior empregadora do País", disse.

Nos seis primeiros meses do ano, o número de posições de atendimento da Contax aumentou de 12 mil para 14,8 mil em atuais doze sites, acirrando a disputa pela liderança com a Atento, da Telefónica. "Somos a empresa que mais cresce no mercado. E não nos preocupamos com o ranking", afirmou o executivo.

A empresa da Telemar conquistou cinco novos clientes no período: Xerox, Ticket, Banco Panamericano, SulAmérica e Orbitall. Hoje, a Contax atende vinte e nove empresas. "O crescimento se deve em parte ao contrato com a Orbitall, o maior da história do mercado brasileiro de call center. E, no segundo semestre, será maior o impacto desse acordo", disse o presidente da empresa. "Ainda estamos no meio de um período bom de crescimento. Pouco mais de 70% dos call centers ainda não são terceirizados. Nunca fizemos uma proposta para tirar um cliente do concorrente" .

Já a CSU TeleSystem, empresa de call center da CSU, faturou R$ 70 milhões no primeiro semestre, um crescimento de 38% em relação à 2003. Com o resultado, a TeleSystem garantiu 42% da receita do grupo, ultrapassando a participação da CardSystem, que deu origem ao CSU. "Já ultrapassamos e garantimos a projeção do ano", disse o diretor comercial da TeleSystem, Marco Antonio Theodoro.

Em 2004, a TeleSystem projeta uma receita de R$ 165 milhões, 43% superior a de 2003. Os negócios de call center devem representar 38% do faturamento do grupo. No primeiro semestre de 2004, a empresa fechou onze novos contratos. Entre os grandes projetos de call center desenvolvidos no período estão TIM Brasil, Rede Globo, Avon, Americel (Claro); além da expansão do contrato com a Claro no Nordeste, São Paulo e Porto Alegre.

"Fechamos também o primeiro contrato de offshore. Atendemos um cliente nos EUA do site de Alphaville. São 11 mil ligações por mês", informou o executivo.

A TeleSystem também ampliou o quadro de funcionários no período, com 2 mil novos postos, para 8 mil empregados. A empresa aumento o número de PAs em 800 pontos, para 4,5 mil posições. A TeleSystem inaugurou cinco novos sites no primeiro semestre, expandindo a sua atuação para o Rio de Janeiro, Porto Alegre e Goiânia, totalizando onze sites no Brasil. A décima segunda unidade deve ser aberta em Brasília até o final do ano. "Começamos com um cliente no Rio. Hoje, temos quatro", disse Theodoro.

Outra empresa em expansão é a americana TeleTech, que cresceu 86,3% na América Latina e faturou US$ 44,2 milhões no primeiro semestre. A empresa possui duas centrais em São Paulo, com 1,6 mil posições de atendimento e 2,1 mil funcionários. Segundo a TeleTech, o desempenho da operação brasileira foi semelhante ao da região.