Título: Santander investirá no Centro-Oeste
Autor: N.B.
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/08/2004, Agribusiness, p. B-12

Responsável por 33% da produção atual de grãos no Brasil (39,35 milhões de toneladas), o Centro-Oeste será o novo foco do Banco Santander/Banespa para os próximos três anos, quando serão ampliados os pontos de venda naquela região. A instituição financeira quer que os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal respondam por 30% de sua carteira de agronegócio em até cinco anos.

Atualmente, o banco é mais forte em São Paulo e no Sul do País, devido a sua origem - Banespa e Meridional. No Centro-Oeste, a maior atuação ocorre nos municípios de Rondonópolis e Cuiabá, em Mato Grosso. Por isso, nos últimos 90 dias, equipes do banco estiveram na região prospectando mercado. "Queremos fazer esta expansão em 36 meses", diz Pedro Coutinho, vice-presidente executivo do banco. Não revelou, no entanto, o valor a ser investido na região. Hoje, 90% dos financiamentos concedidos pelo banco são para o estado de São Paulo e, o restante, concentrado entre o Rio Grande do Sul e Paraná.

Na safra atual, o Santander pretende desembolsar R$ 2,5 bilhões para o crédito rural, um aumento de 40% sobre a safra 2003/04. "O crédito rural é uma estratégica oportunidade de negócio para o banco", diz Coutinho. Cerca de 35% do volume desembolsado é destinado ao investimento e 65% ao custeio da produção. Do total para o ano-safra, o banco espera fazer R$ 1 bilhão em Cédula de Produto Rural (CPR). Para a safra 2005/06, a instituição pretende lançar novas modalidades de CPR, como a física (com entrega de produto). Na atual, a cédula movimentou R$ 500 milhões e trouxe ao banco três mil novos clientes.

Segundo Itamar Bernal Silva Machado, superintendente de agronegócios do banco, o valor financiado é resultado das exigibilidades bancárias, dos programas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), das CPRs e também de recursos próprios do banco - que tem desembolsado entre 5% e 10% a mais do que o mínimo dos depósitos a vista (25%).

Outra alternativa de financiamento ao produtor é o Crédito Direto ao Consumidor (CDC-Agrícola), modalidade usada na compra de automóveis. Este recurso está disponível tanto para o agropecuarista quanto para o prestador de serviços ao setor, que pretende comprar maquinários e não pode utilizar as linhas do BNDES.