Título: Serpro vai economizar R$ 3 milhões
Autor: Luiz Queiroz
Fonte: Gazeta Mercantil, 22/10/2004, Telecomunicações & Informática, p. A-11

O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) adotará até dezembro o sistema operacional GNU/Linux em 60% de suas 2.500 estações de trabalho. Essa migração para uma plataforma de software livre, segundo o diretor Sérgio Rosa, significará, num primeiro momento, economia de R$ 3 milhões com a não renovação de licenças de uso de programas proprietários.

A migração já estava prevista no planejamento estratégico da empresa para este ano e foi confirmada numa reunião do Conselho Diretor na semana passada. Nela, também foi definida uma estimativa de seis meses para que ocorra a migração para o software livre das demais estações de trabalho.

Sérgio Rosa explicou que essa demora se deve à decisão da diretoria de não mexer agora com as estações de trabalho que lidam com desenvolvimento de sistemas e utilizam metodologia própria com base no Microsoft Word. "Estamos terminando a negociação para utilizar o Open Office", explicou.

A questão do uso do software livre pelos órgãos estatais e ministérios preocupa as entidades do segmento. Na próxima terça-feira está prevista reunião do Chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministro José Dirceu, com os diretores e presidentes da Fenainfo, Assespro e Softex.

De acordo com o diretor da Fenainfo, Leonardo Bucher, as entidades pretendem apresentar ao ministro Dirceu um documento, no qual pedem regras claras para a adoção de softwares não proprietários pelo governo e que essa política não prejudique as empresas nacionais que atuam nesse segmento.

O documento resulta de um consenso obtido após várias reuniões realizadas pelo diretor do Serpro, Sérgio Rosa e o presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Sérgio Amadeu da Silveira, com as entidades. Os termos desse acordo serão referendados pelo ministro José Dirceu.

"Nós devemos trabalhar em software livre nos produtos mais próximos do hardware (sistema operacional, correio eletrônico, navegadores de internet, editor de textos e planilhas eletrônicas). Quando chegarmos a aplicações em que a indústria nacional está consolidada não vamos ser predatórios", disse Rosa.