Título: Exportação de plástico cresce 21%
Autor: Gustavo Viana
Fonte: Gazeta Mercantil, 20/08/2004, Indústria & Serviços, p. A-11

Setor prevê vendas externas 30% maiores neste ano e com receita de US$ 830 milhões. As exportações da indústria brasileira de transformação de material plástico atingiram US$ 370 milhões no primeiro semestre do ano, resultado 21% superior aos US$ 305 milhões do mesmo período de 2003. Em volume, as vendas externas passaram de 97 mil toneladas para 119 mil toneladas de janeiro a junho de 2004, alta de 21,5%, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Desse montante, 15% foram para a União Européia; 31% para o Mercosul; 18% para os EUA; 21% para a Aladi (exceto Mercosul) - México, Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador e Cuba - e 15% para os demais destinos.

Os embarques para a União Européia cresceram 3% e passaram de US$ 55 milhões para US$ 56,5 milhões. Para o Mercosul, cresceram de US$ 80,5 milhões para US$ 118 milhões, alta de 46,5%. Para os EUA, recuaram 0,7% e foram de US$ 65,5 milhões. Para os outros blocos, aumentaram 16% com US$ 54 milhões e para a Aladi subiram 33% e somaram US$ 76 milhões.

Toda a cadeia produtiva do plástico está empenhada no Programa Export Plastic Nacional, lançado em dezembro de 2003 e que contempla a exportação de produtos plásticos transformados (itens com maior valor agregado).

Ao todo, 85 empresas participam do programa. A expectativa é de que as exportações de artefatos plásticos neste ano aumentem cerca de 30% sobre 2003, quando alcançaram US$ 638 milhões, e totalizem cerca de US$ 830 milhões. Esse resultado seria 70% maior que o registrado em 2002, quando o País exportou US$ 495 milhões. "As ações do programa vão se intensificar durante este segundo semestre", disse o manager do Export Plastic, Wagner Delarovera. Em novembro, as empresas vão participar de duas feiras, a Emballage, em Paris, e a PackExpo, em Chicago, para a exposição dos produtos brasileiros. Cerca de 30 empresas brasileiras serão levadas para cada uma das feiras. Executivos do programa também participarão de outros dois eventos, porém sem estande: a K Feira Internacional de Plástico e Borracha, em outubro, em Dusseldorf, e a feira de embalagem FachPack, em Nuremberg, em setembro, ambas na Alemanha. Desde a primeira rodada de negócios, em abril de 2004, na Plastimage, no México, o Export Plastic registrou a exportação efetiva de sacos de ráfia, lonas, filme de polietileno stretch e shrink (usados para `palletizar¿ cargas), sacos de lixo e filmes multicamadas, para os EUA, México, e Inglaterra.

Durante a Fispal - Feira Internacional da Alimentação, em junho, 25 empresas brasileiras e 13 estrangeiras participaram de 89 rodadas de negócios. A expetativa para os próximos 12 meses é de que a feira gere US$ 8,4 milhões em negócios. O programa fechou um contrato com a companhia alemã de transporte marítimo Hamburg Süd, que irá transportar os produtos do Brasil para o México e Estados Unidos. "Fechamos este contrato devido a falta de contêineres no País para exportação. O acordo garante espaço em navios para atender esses clientes internacionais", disse.

Segundo o executivo, além de garantir as vendas externas, o contrato garante taxas até US$ 400 mais baratas por contêiner. O Export Plastic conta (até o final de 2005) com investimento de US$ 3 milhões - 48% desse valor desembolsado pela Agência de Promoção às Exportações (Apex), 40% da Petrobras, primeira e segunda geração, e 12% virão dos transformadores. Os mercados-alvo são os países do Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), o Canadá, o México e os Estados Unidos e a União Européia (UE).

Segundo Delarovera, cerca de 85% dos plásticos brasileiros vendidos para esses países têm alíquota zero. Esses mercados importaram cerca de US$ 50 bilhões de artefatos em 2003. Desse total, o Brasil vendeu US$ 235 milhões (0,5% desse consumo): US$ 127 milhões para os EUA e US$ 107 milhões para a União Européia.

O projeto pretende dar um salto de US$ 42 milhões nas exportações para esses países em dois anos. Até 2007, a meta é aumentar as vendas em cerca de US$ 300 milhões, para US$ 550 milhões. Até 2010, o objetivo é de zerar o déficit de US$ 1 bilhão na balança comercial do setor e produzir um superávit de US$ 800 milhões, gerando um resultado líquido de US$ 1,8 bilhão para a balança comercial do País.