Título: Preço do barril WTI bate novo recorde e chega a US$ 55,17
Autor:
Fonte: Gazeta Mercantil, 25/10/2004, Energia, p. A-6

Pela primeira vez, dede que começou a ser negociado no mercado futuro, em Nova York, o petróleo fechou, na sexta-feira, acima de US$ 55 o barril depois de atingirem novo recorde de alta durante o pregão em meio a preocupações sobre a oferta de óleo para calefação com a chegada do inverno.

O contrato do petróleo para dezembro fechou em alta de US$ 0,70 dólar, US$ 55,17 após alcançar o recorde de US$ 55,50.

Em Londres, os preços do Brent subiram US$ 0,50 fechando a US$ 51,25 o barril.

Em Nova York, o contrato do óleo para calefação para novembro também bateu recorde nesta sexta-feira, chegando a US$ 1,603. O preço do galão chegou ao final da sessão em US$ 1,595.

O contrato do óleo para aquecimento de dezembro atingiu o recorde de US$ 1,61 e fechou negociado a US$1,597, enquanto o contrato da gasolina para novembro terminou a sessão a US$ 1,435, após atingir US$ 1,603 o galão.

As preocupações referentes à oferta de mercado se baseiam também em um problema no Golfo do México, onde a produção ainda está cerca de um quarto abaixo do normal, devido a estragos causados pelo furacão Ivan.

Além disso, a demanda de óleo pela China ajudou a jogar os preços do barril para o alto este ano, apesar do governo daquele país ter adotado medidas para desacelerar o crescimento econômico para evitar um possível colapso.

Os estoques de destilados, que incluem óleo para calefação e diesel, caíram pela quinta semana consecutiva, diminuindo em 1,9 milhão de barris para 119 milhões, segundo informações da Administração de Informação de Energia.

O estoque de óleo de aquecimento caiu em 500.000 barris para 49,5 milhões de barris, o que equivale a 6,9 milhões de barris a menos do que no ano passado.

Reação alemã

A escalada do petróleo para acima dos US$ 50 o barril afetou a economia da Alemanha e a perspectiva econômica mundial nas últimas "três ou quatro semanas", disse à Reuters na sexta-feira o vice-presidente do Bundesbank (banco central alemão), Juergen Stark.

Stark disse que não espera que o atual nível do euro represente uma ameaça duradoura para a economia do país devido a competitividade das empresas alemãs, mas ressaltou que qualquer desaceleração na economia global poderia afetar as exportações, até agora o motor do crescimento alemão.

"Podemos esperar crescimento no ano que vem de cerca de 1,5 por cento, ajustado ao número de dias trabalhados", disse Stark.

"Se os preços do petróleo continuarem ao redor de US$ 50 podemos esperar um desaquecimento da economia mundial, embora não um colapso", acrescentou.