Título: American Express obtém ganho de US$ 879 milhões
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Fonte: Gazeta Mercantil, 26/10/2004, Finanças & Mercados, p. B-2

A American Express, quarta maior emissora de cartões de crédito dos Estados Unidos, anunciou um lucro relativo ao terceiro trimestre 14% superior ao realizado no mesmo período do ano passado. O aumento de gastos de clientes em viagens justificou o desempenho. O lucro líquido subiu de US$ 770 milhões, ou US$ 0,59 por ação, para US$ 879 milhões, ou US$ 0,69. A receita da companhia subiu 13%, para US$ 7,2 bilhões.

Os resultados marcam o 11º trimestre consecutivo de crescimento do lucro da emissora de cartões sob o comando de Kenneth Chenault. Para se ter uma idéia, essa é a mais longa fase de sucesso entre todas as empresas constantes da média industrial Dow Jones, composta por 30 companhias.

O incremento segue uma estimativa feita pela Travel Industry Association of America de que os viajantes norte-americanos gastarão 5,9% mais este ano. O aumento das viagens "proporciona estímulo para o negócio da American Express", disse Michael Cohen, analista de serviços financeiros da Susquehanna Financial Group, em Nova York, que classifica as ações da American Express como "para manutenção em carteira".

As ações da Amex acumulam, na média, alta de 14% por ano desde que atingiram seu menor nível em cinco anos na semana após os ataques terroristas de 11 de setembro. O índice do seleto setor financeiro da bolsa americana subiu 5,4% ao ano no mesmo período.

Além do aumento dos gastos em viagens que vai ampliar a receita na maior unidade da Amex, Chenault tem chances de manter a expansão dos resultados graças a Justiça americana. O Supremo Tribunal sustentou, em 4 de outubro, decisões tomadas por tribunais de instâncias inferiores de que as associações pertencentes a bancos, Visa International e MasterCard International, violaram leis antitruste impedindo 34 mil bancos integrantes de distribuir os cartões dos concorrentes. Isso significa que os bancos podem, agora, começar a distribuir outros cartões, incluindo as unidades American Express e os cartões Discovery, do Morgan Stanley.

Sociedade valiosa

A decisão abre caminho para a sociedade da American Express com o MBNA, com sede em Wilmington, Delaware, anunciada em janeiro. As empresas planejam emitir cartões sob as duas marcas, com transações processadas pela rede eletrônica da American Express e o saldo credor pendente, marketing e faturamento a cargo do MNBA, maior banco independente de cartões de crédito do mundo. A American Express pode registrar avanço anual de lucros de US$ 0,05 por ação para cada 10% de transações de cartões do MBNA que forem transferidas para sua rede, escreveu Moshe Orenbuch, analista do Credit Suisse First Boston. O volume de empréstimos de cartões de crédito do MBNA chegou a US$ 11,7 bilhões no ano passado.