Título: MME quer reduzir riscos para 2008
Autor: Samantha Lima
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/10/2004, Energia, p. A7
Para Ministério, ONS foi conservador ao não incluir no planejamento usinas com pendências. O secretário-executivo do Ministério das Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, informou ontem que solicitará ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a inclusão na previsão de risco de mercado para 2008 de usinas que ainda não entraram em funcionamento por pendências jurídicas, financeiras ou ambientais, embora já estejam praticamente prontas. Há duas semanas, relatório elaborado pelo ONS previa que, em cenário de alto consumo, o número de usinas existentes seria insuficiente e haveria risco de falta de energia em quatro anos. Segundo Tolmasquim, que participou do Congresso Brasileiro de Energia, no Hotel Glória, o ONS teria sido conservador ao realizar a previsão, deixando de contabilizar usinas que, num curto prazo, poderão gerar energia elétrica.
Entre as usinas que já poderiam ser incluídas, o secretário citou as térmicas de Araucária (PR), com capacidade de geração de 484 MW, e Piratininga (SP), com capacidade de 400 MW, já prontas, e a hidrelétrica de Aimorés (MG), que estará pronta em três meses, quando gerará 400 MW. A Resolução 109, de 2002, elaborada pelo Comitê Gestor da Crise Energética (GCE), que criou mecanismos de cálculo de custos do setor e normas para inclusão das geradoras na previsão de mercado, estabelece que só podem ser consideradas nos cálculos de energia disponível usinas concluídas e prontas para operar, e que não enfrentem problemas burocráticos como, por exemplo, licença ambiental. "Teremos que nos reunir com o GCE para avaliar de que forma poderemos fazer essa inclusão", afirmou Tolmasquim, que não descartou a hipótese de propor mudanças no texto da Resolução.
O secretário reafirmou que serão promovidas mudanças no primeiro leilão de energia existente, previsto para 30 de novembro. Em vez de funcionamento totalmente eletrônico, pela internet, como os realizados anteriormente.