Título: TRE pede ajuda do Exército no segundo turno
Autor: Marco Antônio Martins
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/10/2004, Política, p. A10
O acirramento dos ânimos entre militantes do PDT e do PMDB, além da manutenção do cadastramento dos programas sociais, apesar da proibição da Justiça, levou o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Marcus Faver a pedir a presença do Exército em Campos, no próximo domingo, dia do segundo turno. A medida foi tomada, na tarde de ontem, quando Faver recebeu um relatório dos sete juízes eleitorais que atuam na cidade do Norte Fluminense. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Sepúlveda Pertence analisa o pedido do TRE.
No ofício enviado ao desembargador Marcus Faver pelos juízes eleitorais há fotos de jornais do município, além de documentação informando o uso da máquina administrativa na campanha eleitoral, tanto pela prefeitura como pelo governo estadual. O prefeito Arnaldo Viana, que voltou ao cargo ontem após ser afastado pela Justiça, apóia o candidato Carlos Alberto Campista (PDT). Já a governadora Rosinha Matheus e seu marido, o ex-governador Anthony Garotinho estão do lado de Geraldo Pudim (PMDB).
"Não especificamos um candidato. O problema está nas duas coligações. Fizemos menção da nossa preocupação com a segurança", afirmou a juíza Maria Tereza Gusmão. Ela lembra que na noite de segunda-feira e no dia de ontem, o Batalhão de Choque, da Polícia Militar precisou fazer um cordão de isolamento para separar os partidários das duas coligações.
Desde o início da campanha eleitoral, antes da realização do primeiro turno, PDT, PT e PSDB locais já haviam pedido a presença do Exército. Apenas o PMDB era contra. Em setembro, pouco antes da das eleições, oito pessoas foram baleadas em diferentes comícios na cidade. Mesmo assim, o desembargador Marcus Faver evitou fazer o pedido ao TSE de tropas federais. Mas desta vez, a disputa acirrada pela prefeitura de uma das cidades que mais recebem dinheiro dos royaties do petróleo no País fez o presidente do tribunal mudar a sua posição.
"Agora, foi inevitável. Isso tudo é por causa da briga pela reeleição. Se ela não existisse, não haveria esse clima. O Rio vive uma briga entre o presidente Lula e o ex-governador Garotinho. Deixou de se discutir problemas municipais para se pensar na eleição daqui a dois anos", reclamou Faver.