Título: Petróleo leva UE a reduzir previsão de crescimento para 2005
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Fonte: Gazeta Mercantil, 27/10/2004, Internacional, p. A11

A Comissão Européia (CE) reduziu sua estimativa de crescimento para 2005, alegando que os preços do petróleo desacelerarão a demanda mundial. O órgão ainda alertou para o fato de que, no ano que vem, cinco dos 12 países que utilizam o euro registrarão déficits que ultrapassarão ou alcançarão o teto estabelecido pela UE.

Os crescimento da economia da região, que gera US$ 9 trilhões, alcançará os 2% em 2005, resultado inferior aos 2,3% previstos em abril e inferior à expansão norte-americana, disse a comissão em um relatório divulgado em Bruxelas. O ano de 2005 será o 12º, do último período de 13 anos, em que a economia da UE será superada em termos de crescimento pela dos EUA. Para este ano, a UE prevê um crescimento de 2,1%, mais do que o 1,7% calculado em abril passado. "Os riscos quanto às perspectivas aumentaram, devido ao impacto potencial dos altos preços do petróleo sobre a economia mundial, o que gera uma deterioração do equilíbrio interno e externo dos Estados Unidos e o risco de uma queda acentuada na China", disse a comissão.

Os preços do petróleo, acima de US$ 50 o barril, ameaçam reduzir a demanda por exportações, que no ano passado tiraram a região de seu menor ritmo de crescimento da última década. Com a taxa de desemprego inalterada em 9%, seu patamar mais alto dos últimos cinco anos, há poucos sinais de uma retomada dos gastos dos consumidores. Os varejistas, entre os quais o Carrefour, sediado em Paris, estão reduzindo ou congelando seus preços para incentivar a demanda dos consumidores.

Alemanha, França, Itália, Grécia e Portugal estão se esforçando para controlar seus déficits públicos e ultrapassarão ou se manterão no limite de 3% do Produto Interno Bruto - estabelecido pela UE para esse tipo de déficit - em 2005, disse a comissão. França, Itália e Portugal ultrapassarão o teto em 2006, prevê a comissão. A Alemanha, que criou o pacto da estabilidade na década de 90 para controlar o nível de endividamento do governo, tem ultrapassado o teto estabelecido pela UE.