Título: Brasil vai partir para novas alianças na OMC
Autor: Claudia Mancini
Fonte: Gazeta Mercantil, 23/08/2004, Internacional, p. A-10

O Brasil deverá se aliar a outros grupos, além do G-20, para defender interesses na Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio, que não sejam do setor agrícola, indicou, sexta-feira, o chanceler Celso Amorim. O G-20 é formado por países em desenvolvimento que têm interesse comum na derrubada de barreiras ao comércio agrícola e não deverá ser suficiente para atuar em outras questões, como já têm dito alguns analistas.

Agricultura dominou as discussões até agora na rodada, mas a agenda deve começar a esquentar em áreas como bens industriais e serviços. Isso porque o acordo fechado no final de julho, com definições para a negociação agrícola, deve destravar as conversações em outras áreas.

Recentemente, o ministro Celso Amorim disse acreditar que o grupo deverá crescer, com o aprofundamento das negociações agrícolas. Na sexta-feira, a Guatemala anunciou que voltará a fazer do G-20. Tomou esta decisão após avaliar "a dinâmica própria das negociações na OMC", disse o chanceler Jorge Briz Abularach, em Brasília.

O anúncio de Abularach ocorreu três semanas após ficar clara a influência dos líderes do G-20, Brasil e da Índia, e por tabela do grupo, no texto final do acordo fechado no final de julho. Segundo a organização não governamental ActionAid, Guatemala e outros países como El Salvador e Costa Rica, saíram do grupo após a reunião ministerial da OMC em Cancún, em setembro de 2003 - para o qual foi criado - ,por pressão dos EUA, com o qual negociavam um acordo comercial.

O G-20 foi criado na véspera do encontro em Cancún. Também o deixaram a Colômbia e o Equador. O governo brasileiro lançou um site institucional do grupo na internet. O endereço é www.g-20.mre.gov.br.