Título: Brasil é mais confiável que a China, diz Yves Jadoul
Autor: Aluisio Alves
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/10/2004, Nacional, p. A-5
A Europa continuará sendo a responsável pelos maiores volumes de investimentos estrangeiros diretos no Brasil nos próximos dois anos. A estimativa foi feita ontem pelo presidente da Eurocâmaras, Yves Jadoul. Segundo ele, o baixo crescimento do Velho Continente nos últimos anos vai manter o interesse de expansão das empresas européias, especialmente das pequenas e médias, no Brasil.
Segundo o executivo, o Brasil tem uma posição privilegiada por ter um sistema bancário eficiente e mostrar maior confiabilidade. "A China é um grande risco, a economia do país não é transparente."
De acordo com Jadoul, os empresários brasileiros conhecem melhor a Europa do que os europeus entendem de Brasil. Por isso, conta, as diversas câmaras de comércio envolvendo o País e membros da UE vão intensificar o "marketing positivo" sobre o governo e os empresários daqui para facilitar a atração de pequenas e médias empresas daquelas nações em solo brasileiro. De janeiro a agosto de 2004, calcula, o total de IED vindo daquela região somou US$ 3 bilhões. Jadoul participou da abertura do "II Fórum Europeu", no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
Também presente ao seminário, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que tem mantido conversações com o governador paulista, Geraldo Alckmin, para ampliar a política de redução da alíquota de ICMS. "Queremos a redução para todas as cadeias produtivas", disse.
Ele também voltou a defender que o Conselho Monetário Nacional (CMN) tenha entre seus integrantes um representante do setor produtivo e a criticar o aumento das taxas de juros. "Qual o país no mundo conhecemos que tenha juros perto de 50% e inflação em torno de 8% ao ano?", disse, numa referência aos juros de 45,1% cobrados hoje pelo varejo. Há um mês esta taxa estava em 43,9%.