Título: Teresa Kerry e suas polêmicas
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Fonte: Gazeta Mercantil, 28/10/2004, Internacional, p. A-8

Dizem as leis não escritas das eleições americanas que os candidatos nunca podem mostrar em público qualquer dúvida sobre sua vitória. Mas Teresa Heinz Kerry, mulher do candidato democrata John Kerry, está disposta a desobedecer as regras. "Se John chegar lá...", disse ela durante um evento de campanha recente. Foi interrompida por gritos de "quando, quando".

"Vocês podem dizer ''quando''. Eu vou dizer ''se"'', afirmou ela. "Sou supersticiosa." Teresa tem criado polêmicas na campanha presidencial. Primeiro, ganhou as manchetes ao mandar um repórter "engolir" uma declaração.

As pesquisas de opinião mostram que a despachada milionária perde em popularidade para a discreta primeira-dama Laura Bush. Uma sondagem mostrou que 73% dos entrevistados tinham uma opinião favorável sobre Laura Bush, enquanto apenas 38% achavam o mesmo de Teresa. Em outra pesquisa, para cada mulher casada que não gostava de Laura Bush havia sete que desgostavam de Teresa.

"Se é uma disputa apertada para presidente, não é para primeira-dama", disse Robert Watson, professor de ciência política na Florida Atlantic University. "Infelizmente, o país ainda não está disposto a aceitar uma mulher forte".

Bill Perry, um veterano presente a um encontro com Teresa Kerry em Yardley, subúrbio rico da Filadélfia, disse que "a adora: estou tão feliz de ter uma primeira-dama cosmopolita, e não aquela figura enlatada e antiquada que todo mundo persegue, desde Pat Nixon", disse.

Para dar mais munição a seus críticos, Teresa Kerry cometeu uma gafe recente, ao dizer que Laura Bush nunca teve um "emprego de verdade". A primeira-dama já foi professora e bibliotecária, mas parou de trabalhar quando casou, em 1977.