Título: Crescem os negócios da Alatur no mercado de viagens corporativas
Autor: Regiane de Oliveira
Fonte: Gazeta Mercantil, 28/10/2004, Comércio & Serviços, p. A-11

O mercado nacional de viagens corporativas é palco, há mais de uma década, de grandes investimentos de empresas internacionais como a Wagonlit Travel, do grupo Accor, e a American Express Business Travel.

Atualmente, porém, as empresas nacionais também entram na disputa por uma melhor participação nesse mercado. A receita das nacionais para atingir esse objetivo reúne muita criatividade, atendimento diferenciado e criação de novos produtos.

É nessa estratégia que a Alatur Turismo tem apostado para alcançar melhor participação no mercado. E já soma bons resultados, como a média de 30% de crescimento ao ano e clientes de peso. Entre eles, o McDonald¿s, Promon, Alcan, Nívea e Clariant.

Há apenas 13 anos no mercado, a Alatur é resultado de um investimento pequeno, de U$ 4,5 mil, de três sócios. "A idéia surgiu da experiência de duas amigas, Simone Nóbrega e Jaqueline Papaleo, ex-secretárias de um grande banco, que trabalhavam na prospeção de viagens corporativas", recorda Francisco Carpinelli, terceiro sócio da empresa.

A agência começou a funcionar em 1991 numa sala de apenas 30 m, com seis funcionários, que haviam trabalhado, como Carpinelli, na agência Califórnia Turismo, que acabara de fechar. "Com pouco dinheiro, a gente não tinha nem terminal de companhia aérea", conta Carpinelli.

Um fato ampliou os negócios da Alatur: a migração de clientes da Califórnia. "Eles precisavam de outra agência e, como já conheciam nosso trabalho, acreditaram no potencial da nova empresa."

A sociedade durou pouco: alguns meses depois, as duas sócias de Carpinelli resolveram se retirar do negócio. "Na ocasião eu convidei meu cunhado, Rui Garcia, para entrar no negócio", diz ele. Logo depois, a empresa começou a investir em profissionalização, processo que se intensificou em 2001, com os esforços para conseguir a certificação ISO 2001.

Hoje, o resultado desse trabalho é um total de 350 contas corporativos, agora atendidas por 143 funcionários, numa área de 1.100 m, no Edifício Itália, no centro da cidade de São Paulo.

A empresa realiza 20 mil transações por mês, entre viagens, hotéis e transporte para os clientes. Além da sede em São Paulo, conta também com representantes no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e mais 16 postos de atendimento instalados em empresas.

A expectativa da empresa para este ano é de crescimento de 47% com faturamento de R$ 148 milhões. Em 2003, esse valor foi de R$ 97 milhões. Um dos motivos dessa expansão é a recente aquisição da conta de viagens corporativas do Unibanco. Isso exigiu a contratação de novos funcionários e a seleção de uma equipe de 26 pessoas para atendimento exclusivo da conta.

Carpinelli comemora o fato de que a aposta na expansão e profissionalização do mercado de viagens a negócios tenha se tornado realidade. Mas ressalta que as dificuldades econômicas do País e os problemas do trade de turismo nacional, como falência de empresas aéreas, levaram muitas agências de viagens a sair do mercado.

Desafio

O segredo para a sobrevivência da Alatur, segundo o executivo, foi competência: "O desafio agora é consolidar nossa participação no mercado, não como empresa de médio porte, mas como uma das maiores do setor". Ele ressalta que "as empresas de turismo de médio porte que não se posicionarem no mercado podem quebrar".

Para driblar esta realidade, foi traçado um plano para colocar a Alatur entre as cinco maiores agências de turismo no Brasil. "Concentramos nossos esforços em tecnologia, controladoria, parcerias e contratação de profissionais de gabarito", diz o executivo, ressaltando que a empresa aposta ainda num modelo de serviço diferente das concorrentes internacionais: "Ao invés de call-center, nós trabalhamos com um atendimento personalizado de contas."

kicker: A previsão é de crescimento de 47% neste ano, com receita de R$ 148 milhões