Título: IGP-M desacelera e sobe 0,39% em outubro
Autor: Ligia Guimarães e Viviane Monteiro
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/10/2004, Nacional, p. A-6

Depois de registrar alta de 0,69% no mês de setembro, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) ficou em 0,39% no mês de outubro, a menor taxa de variação desde outubro do ano passado, quando o índice havia registrado alta de 0,38%, conforme informou o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado de outubro, a inflação medida pelo IGP-M passou a acumular uma variação de 10,69% nos primeiros dez meses do ano, enquanto a taxa anualizada (últimos doze meses) ficou em 11,91%.

Entre os componentes, o Índice de Preços por Atacado (IPA) registrou em outubro variação positiva de 0,44%, ante 0,90% em setembro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), passou da alta de 0,15% em setembro para 0,05% na medição deste mês. Já o INCC (Índice Nacional do Custo da Construção) subiu 0, 95% em outubro, ante a alta de 0,67% do mês anterior.

Os preços dos produtos agrícolas em queda foram os principais responsáveis pela forte desaceleração do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) do mês passado. O índice desacelerou para 0,39% no mês, contra alta de 0,69% em setembro, um recuo de 0,30 ponto percentual. A taxa ficou um pouco acima da previsão do economista do Banco Espírito Santo (BES), Flavio Serrano, que era de 0,36%.

Alimentos em queda

Segundo Flávio Serrano, a queda de preço dos alimentos contribuiu para a desaceleração tanto da inflação no atacado quanto para o consumidor. O IPA Agrícola, um dos componentes do IPA Industrial, que apresentou deflação de 0,41% em setembro, prosseguiu em queda, de 1,98% em outubro. Quanto ao varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ficou com suave acréscimo, de 0,05%, ante alta de 0,15%.

Segundo Serrano, o preço mais baixo da soja foi um dos principais componentes para a acentuação da deflação do IPA agrícola. O economista observa que a queda do preço da soja se deve ao excesso da oferta nos mercados interno e internacional. Mas, conforme entende o especialista, a tendência é de aceleração dos preços dos produtos agrícolas. "Em novembro já teremos uma diminuição da deflação dos alimentos".

Combustíveis, em parte

Quanto ao preço dos combustíveis, que foram reajustados no dia 14 de outubro pela Petrobras, Serrano destacou que o IGP-M captou "uma pequena magnitude" desse aumento. Isso porque, segundo Serrano, o indicador captou poucos dias de aumento dos combustíveis, já que o IGP-M foi apurado entre os dias 21 de setembro a 20 de outubro.

Dessa forma o impacto dos reajustes dos combustíveis na inflação de novembro ficará mais evidente. Para o analista, a tendência do IGP-M em novembro é de aceleração.