Título: MBA, um mercado ainda competitivo
Autor: Jaime Matos
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/10/2004, Educação, p. A-13
Proliferação dos cursos pelo planeta dificulta a avaliação das melhores instituições disponíveis. Na oferta de cursos de Master in Business Administration (MBA, ou Mestrado em Administração de Negócios) pelo mundo, ganham valor as escolas que conseguem um lugar nos rankings de publicações especializadas em economia e negócios. Trata-se, afinal, de terreno altamente competitivo, dada a proliferação de tais cursos pelo planeta, seja em universidades ou em outras instituições.
Existem vários desses rankings, entre eles o de revistas como The Economist e US News & World Report ou jornais como o The Times londrino ou o The Wall Street Journal norte-americano. Os dois principais são o da revista Business Week, tido como a "bíblia" por gestores de Recursos Humanos e outros executivos envolvidos na administração de profissionais, o do respeitado jornal inglês Financial Times. O primeiro é atualizado a cada dois anos; o segundo é anual; ambos foram divulgados neste mês.
Entre os top ten da Business Week do lado das instituições de ensino norte-americana, os cursos de duas universidades de Chicago ¿ a Northwestern e a Chicago University ¿ mantém as duas em primeiro e segundo lugar. A surpresa está na lista dos dez melhores fora dos Estados Unidos, onde há forte presença canadense, com quatro representantes, inclusive o primeiro lugar (Quens School of Business, de Ontario) contra seis europeus.
O levantamento do jornal inglês atesta a supremacia dos cursos de MBA norte-americanos. São oito dos EUA e dois representantes europeus. Exatamente na escolha desses dois últimos ambas as publicações concordam, ao incluírem na listagem o Institut Européan D''Administration des Affaires (INSEAD), da França e a London Business School, inglesa. A instituição francesa ocupa a terceira colocação na pesquisa da Business Week e a quarta na do Financial Times; a London Business School fica no quinto lugar em ambos.
Outra mensuração respeitada, também do Financial Times, é o das melhores escolas de educação executiva. Esse ranking é construído pelo cruzamento de 17 parâmetros, 11 deles baseados em respostas a questionários enviados a altos executivos de grandes empresas e seis resultantes de entrevistas com as escolas. Quatrocentas instituições foram analisadas, 58 selecionadas para entrevistas, para escolher as 50 melhores.
Das dez principais deste ano, seis representantes são norte-americanas e quatro européias. Há uma presença brasileira nessa relação, no capítulo das melhores escolas de negócios que oferecem cursos fechados para empresas, ou seja, aqueles que evitam generalizações e preparam cursos focados em programas de desenvolvimento imediato das companhias. A Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte, ficou em 39º lugar. Destacou-se em três pontos: 1) na capacidade de acompanhar seus alunos, não só durante o curso mas também no desempenho do trabalho na empresas contratante (3º lugar); 2) interesse das empresas em voltarem a utilizar seus cursos (5º lugar); 3) Programa de consórcios de empresas (também 5º lugar).
Embora chancelados por publicações respeitáveis, essas pesquisas classificatórias não agradam a todos os envolvidos. A Wharton School, da Universidade da Pennsylvania, EUA, por exemplo, defende que se eleja uma entidade independente mundial para fazer um único ranking, por entender que os atuais utilizam critérios "arbitrários". Não se trata, aqui, de uma queixa natural de perdedor. A excelência de ensino da Wharton é reconhecida em todo o planeta, tanto que freqüenta todos os rankings conhecidos e leva, inclusive, o primeiro lugar no trabalho do Financial Times.