Título: Governo gaúcho construirá duas usinas
Autor: Marco Ribeiro
Fonte: Gazeta Mercantil, 29/10/2004, Gazeta do Brasil, p. B14

As hidrelétricas Passo São João e São José terão investimento de R$ 250 milhões e vão gerar 1,5 mil empregos. Em tempo de aumento na produção em diversos setores e, conseqüentemente, maior demanda por consumo de energia, o governo do Estado busca ampliar sua capacidade de geração para os próximos anos. Entre as ações previstas pela equipe do governo está confirmada a construção de duas hidrelétricas localizadas na região das Missões.

De acordo com o secretário Valdir Andres, as duas hidrelétricas - a Passo São João e a São José - serão construídas na bacia do Rio Ijuí. "O investimento será de R$ 250 milhões, que vão gerar a criação de 1,5 mil empregos", destacou Andres.

Outra frente para geração visa potencializar o recurso da "energia limpa", por meio de uma parceria entre a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e a Enerfin do Brasil Produtora de Energia Ltda. As empresas firmaram um contrato de conexão que permitirá a integração das usinas eólicas a serem instaladas em Osório. A Enerfin está autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a implantar os parques eólicos Dos Índios, Osório e Sangradouro, na cidade litorânea.

A licitação para a construção das duas usinas deve ocorrer até abril do próximo ano. A conclusão está prevista para três anos após o início das obras. "Este importante investimento vai contribuir para o desenvolvimento da região das Missões". Na ocasião, Andres recebeu um diploma pelos serviços prestados à Associação dos Legislativos das Missões (ALM), presidida pelo prefeito de Caibaté, Célio Malheiros de Moura.

A Passo São João, situada nos municípios de Roque Gonzalez e 16 de Novembro, terá capacidade de 77 megawatts (MW). Já a Passo São José, em Salvador das Missões e Rolador, terá capacidade de 51 MW. "Juntas, estas usinas totalizam 128 MW, o equivalente a cerca de 3% da capacidade de geração de energia do estado", salienta Andres.

Atualmente, o Rio Grande do Sul apresenta uma capacidade instalada de 3.818 MW, oriundos de usinas hidrelétricas, termelétricas a óleo combustível, a gás natural e a carvão mineral, e de fontes alternativas de energia. Desse total, 2.528 (66,2) são gerados a partir de hidrelétricas.

De acordo com o presidente da CEEE, Antonio Carlos Brites Jaques, a inserção dessas usinas, cuja entrada em operação está prevista para junho de 2006, através de conexão à subestação Osório 2, garantirá melhorias nas condições de atendimento do Litoral Norte, principalmente no período de verão, pois acrescentarão 150 megawatts (MW) ao sistema elétrico do Estado, o equivalente a 10% da energia importada atualmente.

Serão construídas 75 torres (cata-ventos), que comporão as três unidades (50 MW cada), num parque gerador que terá investimentos na ordem de U$ 200 milhões. "Precisaremos não só conhecer bem, como também dominar a tecnologia da geração eólica", afirmou o secretário Andres.

Horário de verão

O horário de verão, que entra em vigor na próxima terça-feira, dia 2 de novembro, deverá trazer uma economia entre 4% e 5% no consumo residencial de energia elétrica, no horário de ponta, das 18h às 21h, nos municípios onde a AES Sul atua (atendendo aproximadamente 4 milhões de pessoas). Esse percentual é equivalente a 60 megawatts (MW), o que significa o consumo de uma cidade como Santa Maria ou São Leopoldo.

Durante o horário de verão, o consumo diário residencial é de 7 MW, comum em cidades como Estância Velha, São Pedro do Sul, Dois Irmãos ou Itaqui. A economia global no período, envolvendo consumo residencial e comercial/industrial, deverá ficar em 0,7%, nas 24 horas.

No verão passado a economia na área de concessão da AES Sul chegou a 5,5% no horário de ponta, principalmente entre 19h e 21h, equivalente a 60MW.

kicker: Atualmente, o Rio Grande do Sul tem capacidade instalada de 3.818 MW