Título: Preços recuam com aumento das exportações iraquianas
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Fonte: Gazeta Mercantil, 24/08/2004, Energia, p. A-6
Analistas dizem, porém, que queda pode ser uma pausa momentânea. Os preços do petróleo registraram queda ontem no mercado internacional, com o anúncio do aumento das exportações do Iraque, depois de serem reduzidas pela metade durante duas semanas por causa de sabotagens. O preço do óleo tipo WTI para entrega em outubro fechou em US$ 46,05 o barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York, um aumento de 1,43%. Em Londres, as cotações do barril do óleo tipo Brent, também para entrega em outubro, recuaram 1,17%, fechando a US$ 43,03 na Bolsa Internacional do Petróleo.
O preço do petróleo WTI iniciou a semana em um ambiente de volatilidade e sem tendência definida no mercado durante as primeiras horas de negociação. No entanto, no meio da sessão, o ânimo de vendas começou a prevalecer sobre as compras, revertendo a tendência de alta que dominou na semana passada. As notícias sobre aumento na atividade exportadora do norte e do sul do Iraque - por onde nas últimas semanas saíram apenas 1 milhão de barris diários - aliviaram o temor nos mercados sobre o nível de oferta em relação à demanda.
Analistas e operadores concordaram que a queda pode ser uma pausa momentânea, e não uma correção firme da tendência de alta. Eles lembraram que a violência na cidade de Najaf e a insegurança em torno da indústria petrolífera iraquiana, entre outros riscos, ainda não desapareceram de cena. Os analistas dizem que a pouca capacidade dos produtores para extrair mais petróleo do que o produzido atualmente é o fator que mais preocupa os operadores, por coincidir com um momento de alto consumo.
Na China, as importações de petróleo cresceram 40,7% em julho em relação a 2003. Estima-se que as importações crescerão 11% na Índia até 2004. Com estas e outras previsões de alta na demanda mundial, qualquer corte imprevisto na oferta tende a impulsionar os preços e aumentar a atividade especulativa, segundo os especialistas.
Produção da Rússia
Na Rússia, os graves problemas judiciais e financeiros da empresa petrolífera privada Yukos, que fornece 2% da oferta mundial, exigiram uma correção para baixo das estimativas de produção para este ano e a redução dos investimentos de capital (ver ao lado). Na tentativa de acalmar os mercados, especialmente dos Estados Unidos, o presidente russo, Vladimir Putin, disse ontem ao presidente dos EUA George W. Bush que as empresas russas estão aumentado a produção e as exportações de petróleo e devem manter esse aumento.
As reservas de petróleo, gasolina e outros produtos armazenados nos Estados Unidos serão outro assunto a atrair a atenção dos operadores esta semana, pois vêm caindo nas últimas três semanas.