Título: Confiança em Kirchner é a mais baixa desde sua posse
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Fonte: Gazeta Mercantil, 24/08/2004, Internacional, p. A-10
Até julho, superávit fiscal do ano ultrassou meta em US$ 1,15 bilhão. A confiança dos argentinos no governo do presidente Néstor Kirchner diminuiu 17% neste mês - a sexta queda consecutiva -, ficando no nível mais baixo em 16 meses de gestão, o de 2,07 pontos em uma escala de 0 a 5, segundo o índice elaborado pela universidade privada Torcuato Di Tella. Desde julho do ano passado, quando atingiu o seu melhor resultado, a confiança no governo de Kirchner caiu 37%, segundo notícias veiculadas pela imprensa local.
O índice de confiança é elaborado com base em uma combinação do resultado de pesquisas sobre a imagem geral da administração; de uma avaliação sobre se o governo pensa no bem geral do país ou no de alguns setores; da eficiência na despesa pública; honestidade dos integrantes do Executivo e da capacidade para resolver os problemas.
Em uma escala de 0 a 5, em agosto o indicador ficou em 2,07 pontos, o que significa uma queda de 17% em relação a julho passado, uma diminuição de 35% na comparação com janeiro deste ano, e de 37% desde julho de 2003. De acordo com o estudo, 59% dos argentinos acham que o governo sabe como solucionar as dificuldades do país, mas precisa de tempo. Além disso, 38% têm uma imagem positiva do governo de Néstor Kirchner, 43% acham que a maioria dos integrantes do governo é honesta, 34% afirmam que a despesa é bem administrada e 33% consideram que o Executivo governa em prol do interesse geral.
A baixa do nível de confiança neste mês "explica-se a partir de uma queda significativa em todas as variáveis que compõem o índice", afirmou o analista Sergio Berensztein, o responsável pelo estudo, que é divulgado mensalmente pela Universidade Torcuato Di Tella.
Superávit fiscal
A Argentina alcançou em julho um superávit fiscal primário de 1,66 bilhão de pesos (US$ 548,4 milhões), e acumulou nos primeiros sete meses do ano uma economia de 13,49 bilhões de pesos (US$ 4,466 bilhões), segundo a Secretaria da Fazenda. Com isso, o país superou em 3,49 bilhões de pesos (US$ 1,15 bilhão) a meta de economia primária (exclui o pagamento de juros de dívidas) de 10 bilhões de pesos (US$ 3,31 bilhões) que deveria alcançar até o fim do ano. A meta, atingida em maio, foi estabelecida num acordo com Fundo Monetário Internacional em 2003.