Título: Com a vitória de Bush os preços voltam a subir
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Fonte: Gazeta Mercantil, 04/11/2004, Energia, p. A6
Os preços do petróleo avançaram mais de um dólar, ontem, influenciados pela reeleição do presidente George W. Bush que minimizou o impacto de um forte aumento nos estoques de petróleo dos EUA. Operadores disseram que a vitória de Bush pode impulsionar a demanda por combustível e ampliar a ansiedade sobre as condições de segurança para os embarques no Oriente Médio.
Em Nova York, o barril para entrega em dezembro subiu US$ 1,26 para US$ 50,88 o barril, enquanto em Londres, o tipo Brent para fechou em alta de US$ 1,01 a US$ 47,56 o barril, recuperando-se da mínima da sessão de US$ 45,45.
O dia foi volátil seguindo as notícias de que o senador John Kerry reconheceu que o presidente George W. Bush venceu a eleição desta terça-feira. Uma vitória de Bush sempre foi vista como estímulo à alta dos preços.
"Uma vitória de Bush será forte para a demanda por petróleo e manterá os preços em alta", afirmou Phil Flynn, analista da Alaron Trading, em Chicago.
Operadores também chegaram a especular que a política de Kerry no Oriente Médio poderia ser menos agressiva que a de Bush e mais voltada a caminhos diplomáticos.
"Se um novo governo de Bush avançar sobre o Irã, então os preços do petróleo iriam muito para cima e realmente ameaçariam o desenvolvimento econômico da China", avaliou Andy Xie, economista-chefe para Ásia no Morgan Stanley.
Algumas nações podem enfrentar recessão caso os preços da commodity fiquem acima de US$ 40 o barril, disse o economista-chefe da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol.
"Neste nível de preço, não apenas acima de US$ 50 mas também acima de US$ 40, a Europa e países em desenvolvimento correm risco de recessão", acrescentou.
Estoques
Os estoques de petróleo nos Estados Unidos subiram 6,3 milhões de barris, para 289,7 milhões, na semana encerrada em 29 de outubro, informou, ontem, a Administração de Informação de Energia.
Os estoques de gasolina aumentaram 500 mil, para 201,7 milhões de barris, enquanto os de derivados, que incluem combustível para aquecimento, caíram 900 mil, para 115,7 milhões de barris.
Analistas consultados pela Reuters esperavam, em média, queda de 600 mil barris nos estoques de derivados. Para as reservas de petróleo, a estimativa era de alta de 2,2 milhões e para as de gasolina, de 900 mil barris.