Título: Propaganda cresce mais do que o previsto
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Fonte: Gazeta Mercantil, 24/08/2004, Mídia & Marketing, p. A-16

O mercado publicitário brasileiro cresceu acima do esperado no primeiro semestre do ano, segundo a última pesquisa Inter-Meios, da revista especializada em comunicação, Meio & Mensagem. O bolo aumentou 25,7%, chegando a R$ 5,997 bilhões. A mídia televisão manteve-se como a que mais cresce, com 30,8% de incremento. A propaganda em jornal engordou 16,6%, pouco acima do percentual para revistas, de 16,1%. As emissoras de rádio tiveram um significativo aumento nas vendas, de 30%.

O resultado supera as previsões feitas pelo mercado publicitário até agora, que vinham indicando um ganho entre 7% e 10% reais para este ano (considerando uma inflação anual de 6%, seriam 13% a 16% nominais).

Mas os mais de 25% de crescimento nominal constatados pela pesquisa Inter-Meios nos seis primeiros meses deste ano partem de uma base comprometida, que foi o primeiro semestre de 2003 - considerado pelo mercado da propaganda como um dos piores inícios de ano de todos os tempos. Mesmo descontada a inflação do primeiro semestre - de 3,2% pelo INPC, medido pelo IBGE -, o crescimento real supera os 20%, uma disparada percentual que não deverá ser repetida neste segundo semestre de 2004.

O mercado publicitário projeta para esta segunda parte do ano um desempenho ainda melhor do que o da primeira metade do ano - fenômeno natural no setor, graças principalmente às vendas de Natal. Mas a base de comparação será outra. O segundo semestre de 2003 significou o início da retomada do crescimento do setor, estagnado ou em retrocesso nos dois anos anteriores, o que garantiu incremento em torno de 10% para o total do ano de 2003 sobre 2002.

Com crescimento de 30% para a primeira metade do ano, a televisão aberta ampliou sua folgada liderança em participação do mercado publicitário brasileiro para 60,9% (contra 58,5% no mesmo período de 2003). Embora as vendas dos espaços publicitários do jornais tenham crescido substancialmente, em torno de 13% sobre a inflação, a participação no bolo recuou de 19,6% para 18,2%, resultado do crescimento explosivo da TV.

A mídia internet foi a que mais conquistou espaço no período, embora sobre uma base pequena: 60% sobre o primeiro semestre de 2003. Os anúncios na web saltaram de vendas de R$ 64,9 milhões no primeiro semestre de 2003 para R$ 103,8 milhões no mesmo período deste ano. Com isso, aproximou-se do volume de participação da TV por assinatura, que vendeu R$ 122 milhões no primeiro semestre.