Título: Reajuste depende de estudo sobre preços internacionais
Autor: Mônica Magnavita
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/11/2004, Energia, p. A-7

Petrobras avalia o mercado externo para anunciar os percentuais. A Petrobras concluirá esta semana um estudo sobre o comportamento dos preços do petróleo no mercado internacional, o que poderá levar a empresa a anunciar proximamente um novo reajuste dos preços dos combustíveis. O diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, evitou fazer comentários sobre a política de preços da estatal, observando que tais estudos são realizados com frequência.

"Não está nada certo, ainda. Estamos apenas analisando o novo cenário, com o petróleo em queda. Estamos avaliando os estudos. Em uma semana teremos os trabalhos concluídos", disse Costa, durante a cerimônia de lançamento da segunda edição do Programa Petrobras Cultural, na sede da Petrobras, que reuniu a direção da empresa e o ministro da Cultura, Gilberto Gil.

Na semana passada, os preços internacionais caíram cerca de 8%, apesar da alta de sexta-feira, motivada pelas incertezas geradas pelo estado do líder palestino, Yasser Arafat. Já a reeleição do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush provocou queda na cotação.

Contudo, não subiu de patamar desde o último ajuste, anunciado em 14 de outubro, de 2,4% para a gasolina e 4,8% para o diesel.

A esse respeito, o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, preferiu não se manifestar. Segundo ele, as apostas eram de que o preço do barril de petróleo cairia com a vitória do democrata John Kerry. Mas o que se viu, no entanto, foi o contrário com o preço em queda.

"Se os especialistas não arriscam uma previsão, não sou eu quem o fará", disse. O diretor Paulo Roberto Costa observou que, d

A política de preços da Petrobras vem gerando conflitos e desencontros dentro do próprio governo. Na última quinta-feira, a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, declarou que a estatal já avalia um novo reajuste. Antes disso, na semana anterior, a ata do Copom justificava a tendência de alta dos juros pela indefinição sobre os aumentos dos preços dos combustíveis, o que acabou levando a estatal a divulgar uma carta afirmando que a política de preço da Petrobras é definida pela empresa, não pelo Banco Cental.

Produção

Na última sexta-feira, José Eduardo Dutra negou a existência de qualquer conflito com o Banco Central. "O assunto está encerrado", disse. Os reajustes feitos em outubro, de 4% para a gasolina e 6% para o diesel, foram considerados inferiores ao necessário pelos especialistas de mercado.

Quanto à produção de petróleo em 2004, a estatal trabalha com um volume médio inferior ao de 2003. Em setembro, houve queda na produção de petróleo e gás na comparação com o mesmo mês de 2003. A produção de óleo e gás ficou em 1,809 milhão de barris por dia, representado redução de 0,5% sobre setembro do ano passado. A produção de petróleo caiu 1,2% na mesma base de comparação.

kicker: Desde o último aumento não houve alterações significativas na cotação do petróleo.