Título: Haiti dominou discussões
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Fonte: Gazeta Mercantil, 08/11/2004, Internacional, p. A-9

A situação do Haiti dominou o texto da Declaração do Rio de Janeiro, produzido para o encerramento da 18ª Cúpula do Grupo do Rio. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o grupo decidiu atuar com as instituições financeiras internacionais e os países doadores com a finalidade de "uma pronta liberação dos recursos comprometidos, para a estabilização e o desenvolvimento do Haiti".

Sobre o envio de um emissário à África do Sul para discutir a paz com o ex-presidente do Haiti, Jean Bertrand Aristide, Amorim não confirmou que será um brasileiro. "Queremos criar um canal de diálogo. Sabemos da necessidade de um ambiente de paz e também que Aristide continua com influência no país. A África do Sul mantém uma relação tradicional com o Caribe, em especial com o Haiti ", disse.

O ministro fez questão de ressaltar que, apesar do encontro, a missão de paz não quer privilegiar qualquer grupo político haitiano. "O objetivo é promover a construção institucional do Haiti, o que nunca foi feito antes", acrescentou.

Para Amorim, o Haiti colocou a Cúpula à prova, já que era tratado só como assunto de interesse das grandes potências. "O Haiti não pode ser o filho enjeitado da AL". O presidente Hugo Chávez propôs uma Assembléia Constituinte no Haiti.