Título: Indústria e produtor de fumo em impasse
Autor: Viviane Monteiro
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/11/2004, Agribusiness, p. B-12
O Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo) estuda fazer as correções salariais dos agricultores, que trabalham na atividade de tabaco, baseadas na variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Desde o ano passado, a indústria vem usando este mecanismo, embora tenha presenciado uma forte resistência por parte dos agricultores, já que antes o reajuste era feito por meio de pesquisa técnica de campo.
Para o assessor de diretoria do sindicato, Carlos Sehn, essa é uma forma de valorizar a mão de obra. "Assim como o salário de outros setores que de alguma forma é baseado em um índice de inflação, a atividade tabagista não é diferente", disse ele.
A idéia de usar o indexador para correção salarial se destina apenas para a mão-de-obra própria da família, que responde por 92% do total. Existem cerca de 200 mil famílias no Sul do País trabalhando na atividade de fumo.
Para o restante (8%) que se refere à mão-de-obra contratada, eventualmente, para colheita e plantio da lavoura, a forma de correção de salário deve ser mantida, baseada na pesquisa de campo. O levantamento é realizado em vários municípios da região por técnicos da indústria e de agricultores, e o reajuste é aplicado, em parte, sobre o valor médio da diária do trabalhador.
Por conta da aplicação dessas medidas, o secretário de comunicação da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Mário Poll, disse que as divergências ocorridas na comercialização da safra 2003/04 devem se repetir na safra atual. Amanhã, no município de Santa Cruz do Sul (RS), deve ocorrer a primeira reunião da Comissão Técnica Mista (pesquisa de campo).